Avaliação do risco cardiovascular em mulheres hipertensas em relação ao estilo de vida

Abstract

RESUMO

A hipertensão arterial é um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares em mulheres, especialmente após a menopausa. Este estudo teve como objetivo investigar a relação entre o nível de atividade física e o risco cardiovascular estimado pela Calculadora de Framingham em mulheres hipertensas. Trata-se de um estudo comparativo, transversal e analítico, com abordagem quantitativa, envolvendo 31 mulheres atendidas em Unidades Básicas de Saúde de Pinheiro - MA, classificadas como ativas (n=23) ou sedentárias (n=8), conforme o Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ). Foram coletadas variáveis clínicas, antropométricas, bioquímicas e autonômicas, incluindo análise da Variabilidade da Frequência Cardíaca (VFC) e qualidade do sono (PSQI). As mulheres ativas apresentaram maior modulação parassimpática (RMSSD, p = 0.02; TE = –0,57 e HF nu, p = 0.01; TE = 0.95), maior variabilidade global (SDNN, p = 0.06; TE = –0.47), menor modulação simpática (LF nu, p = 0.004; TE = –1,02) e menor estresse autonômico cardíaco (SD2/SD1, p = 0.03; TE = 0.54). O grupo ativo também demonstrou maior gasto energético (p < 0.001; TE = 2.03) e menor concentração nos níveis mais elevados do índice de estresse. As correlações indicaram associação positiva entre risco cardiovascular e pressão arterial sistólica (r = 0.36; p = 0.004), colesterol total (r = 0.66; p = < 0,0001) e triglicerídeos (r = 0.93; p = 0.028), além de correlação negativa entre SDNN e índice de estresse (r = –0.70; p < 0.0001). Conclui-se que a prática regular de atividade física está associada a um perfil cardiovascular mais saudável, com menor estresse autonômico, melhor controle hemodinâmico e menores indicadores de risco metabólico, reforçando a importância da atividade física como ferramenta preventiva em mulheres hipertensas.