Desenvolvimento e caracterização de filmes poliméricos de pectina contendo extrato bruto de açaí (Euterpe oleracea Mart.)

Abstract

RESUMO

Produtos biodegradáveis, que até recentemente tinham pouca importância, agora adquirem relevância. A comercialização de produtos envoltos por embalagens sustentáveis surge como estratégia de marketing, impulsionando a busca por polímeros biodegradáveis derivados de fontes renováveis. Assim, o açaí (Euterpe oleracea Mart.), uma fruta popular no Brasil, tem ganhado destaque por suas propriedades antioxidantes. O estudo teve como objetivo avaliar o efeito do extrato aquoso de Euterpe oleracea Mart. na composição dos biopolímeros de pectina e mesocarpo do coco babaçu para uso em embalagens alimentícias ativas. Os filmes biodegradáveis foram preparados pelo método casting analisando doze formulações diferentes. Esses filmes foram analisados em relação ao teor de umidade, solubilidade em água, permeabilidade ao vapor de água (PVA) e espessura. Em sua maioria, os filmes eram homogêneos, exibiam a coloração característica próxima a do açaí, demonstravam boa resistência e desprendiam facilmente das placas. O teor de umidade variou de 16,8% a 27,4% em base úmida. Já os valores de solubilidade oscilaram entre 9% e 19,5%. Para a resposta PVA, a variação foi de 9,77 a 22,10 g.mm/m2.dia.kPa, com valor médio de 13,93 g.mm/m2.dia.kPa. Os valores dos ensaios experimentais de espessura forneceram um valor médio de 0,39 mm variando de 0,19 a 0,53 mm. Já para os filmes otimizados, encontrou-se valores médios de 34,83% para umidade, 36,05% para solubilidade, 0,623 mm para espessura, 29,66 g.mm/m2.dia.kPa para PVAe 24,139 μg/g para carotenoides totais, já para os ensaios mecânicos evidenciou-se a influência do açaí na resistência mecânica e na rigidez dos filmes, a polpa de açaí também, pareceu diluir a capacidade de intumescimento da pectina. Os resultados obtidos neste estudo demonstraram que se pode gerar biopolímeros com propriedades ajustáveis para diversas aplicações.