Entre escuta, conflito e escrita de si: o relato autobiográfico como ressignificação da formação docente na educação infantil

Abstract

RESUMO: Este artigo tem como objetivo analisar como o relato autobiográfico, fundamentado nas epistemologias histórico-culturais e nas teorias da experiência, pode atuar como ferramenta de ressignificação da formação docente inicial na Educação Infantil. A partir da vivência no estágio supervisionado realizado em uma turma da Fase II, no município de Timbiras-MA, pude construir uma escrita de si que atravessa a observação participativa, a regência e os conflitos implicados no processo de tornar-me professora. Adotamos como metodologia a narrativa autobiográfica, compreendida como prática formativa e gesto epistêmico o material empírico é composto por registros reflexivos produzidos ao longo do estágio e analisados a partir de três categorias emergentes: mediação pedagógica e escuta da infância; conflito e elaboração da identidade docente; e escrita de si como gesto formativo. Os resultados apontam que a experiência, ao ser narrada, ganha densidade crítica e se transforma em conhecimento situado, reafirmando que a formação não é apenas técnica, mas também subjetiva, cultural e política. ___ABSTRACT: This article aims to analyze how autobiographical narrative, grounded in historical-cultural epistemologies and theories of experience, can serve as a tool for resignifying the initial teacher education in Early Childhood Education. Based on the experience of a supervised internship in a Phase II classroom in the municipality of Timbiras-MA, the author constructs a self-writing that traverses participatory observation, regency, and the conflicts involved in the process of becoming a teacher. The chosen methodology is autobiographical narrative, understood as a formative practice and epistemic gesture. The empirical material is composed of reflective records produced during the internship and analyzed through three emerging categories: pedagogical mediation and listening to childhood; conflict and elaboration of teaching identity; and self-writing as a formative gesture. The results indicate that experience, when narrated, gains critical depth and is transformed into situated knowledge, reaffirming that teacher education is not only technical, but also subjective, cultural, and political.