ROUSSEAU: A CONCEPÇÃO NEGATIVA DE PROGRESSO NA HISTÓRIA

Abstract

Esse trabalho objetiva traçar uma discussão sobre a concepção negativa de progresso na história a partir da visão do filósofo suíço Jean- Jacques Rousseau, enfatizando como o progresso na história da humanidade degenerou a natureza humana. Pretende-se mostrar a preocupação de Rousseau com a vida moral na sociedade, cuja desigualdade é a principal causa de todos os males, desde a criação da propriedade privada, onde o homem começa a perder a inocência original do Estado de Natureza (estado em que os homens vivem antes da instituição do Estado Civil), no qual a liberdade é irrestrita e todos os homens são naturalmente iguais, movidos pelos sentimentos puros e inatos do amor de si mesmo e a piedade. Mas, ao longo do tempo sofre uma evolução na sua natureza, desencadeada pela necessidade de se aperfeiçoarem as mudanças históricas do tempo e a cultivação do amor-próprio no Estado Civil, do acontecimento à perda da liberdade, da igualdade e do incentivo à luta de classes, conflitos e poder de posse. Analisar-se-á a desigualdade no Estado Civil na perspectiva de um processo de evolução do “progresso” que leva à infelicidade, ocasionada pelo próprio homem, após a saída do Estado de natureza e com o suporte da perfectibilidade, que fez o homem adquirir novas paixões, vícios, deixando virtudes essenciais da natureza, como o amor de si mesmo, perder espaço para o amor-próprio, um dos males da sociedade civil. Nesse sentido, deste trabalho acadêmico trata especificamente do problema do progresso na história no pensamento rousseauneano, tendo em vista uma concepção negativa da história do progresso.