Aspectos que interferem no acompanhamento de contatos de portadores de hanseníase em um município hiperendêmico

Abstract

A hanseníase é um problema de saúde pública no Brasil. A vigilância dos contatos é uma das medidas de controle da doença, com foco no diagnóstico precoce, evitando a manutenção da cadeia de transmissão. Em 2015, o município de São Luís- MA apresentou 52,3 casos/100 mil habitantes, situação de hiperendemicidade. Trata-se de um estudo exploratório descritivo de caráter quantitativo realizado no município de São Luís- MA no período de dezembro de 2016. A pesquisa tem como objetivo identificar os aspectos que interferem no acompanhamento de contatos de portadores de hanseníase. Participaram do estudo quarenta contatos de portadores de hanseníase, dentre estes 57,5% do sexo feminino e 42,5%, masculino. A faixa etária com maior frequência foi de 12- 20 anos de idade (32,5%). O tipo de convívio do contato com o caso índice mais frequente foi intradomiciliar (62,5%). Em relação a renda mensal em salários mínimos, a maior frequência foi de dois salários mínimos (32,5%). Quanto à Forma Clínica do caso índice, 22,5% não souberam informar e 22,5% tinham forma DD. No que se refere à Classificação Operacional do caso índice, 80% eram forma multibacilar e 20% paucibacilar. A maioria dos contatos apresentou uma cicatriz de BCG (77,5%). Em relação aos motivos do não comparecimento, 50% não entenderam que deveriam retornar; 42,5% disseram não ter sido informado sobre o retorno; 2,5% relataram ter dificuldade quanto ao horário e 5% relataram outros motivos. Dessa forma, o controle dos contatos ainda é insuficiente, sendo elo da cadeia epidemiológica da doença. Além disso, os contatos de pacientes com hanseníase frequentemente desenvolvem distúrbios psicológicos e sociais. Dessa forma, existem muitos desafios a serem enfrentados neste campo de estudo.