Doação de órgãos e tecidos e o discurso expresso na mídia escrita

Abstract

O transplante de órgãos tem sido testado, ao longo da história, como alternativa eficaz para manutenção da vida quando a mesma já não se faz possível devido a falência de algum órgão que seja passível de doação. Diante da complexidade do processo de doação de órgãos e tecidos questiono: Como, ao longo do tempo, o discurso sobre doação de órgãos e tecidos foi construído pela mídia impressa local e nacional? Diante do exposto o presente estudo tem por objetivos explorar os conteúdos expressos na mídia impressa local e nacional sobre o tema doação de órgãos e tecidos e descrever, a partir da estratégia do Discurso do Sujeito Coletivo, os temas construídos sobre a temática doação e transplante de órgãos e tecidos. Tratando-se assim de um estudo documental e descritivo, com abordagem qualitativa. Os dados foram coletados por meio dos conteúdos publicados em duas revistas impressas: a Revista Veja e Época e dois jornais locais: Estado do Maranhão e o Imparcial. Os dados foram coletados no período de abril a junho de 2016. Como suporte para coleta e análise dos dados foi utilizado a técnica do Discurso do Sujeito Coletivo-DSC que compreende a organização e tabulação de dados qualitativos de natureza verbal, obtidos a partir de depoimentos. O estudo constituiu-se em um corpus definido por 70 entrevistas. Após a análise de cada reportagem e determinar as Expressões-chave de cada depoimento, foram identificadas as seguintes Ideias Centrais para a construção do discurso: 1) Limitações para a doação de órgãos; 2) Benefícios do transplante; 3) Questões éticas na doação e no transplante; 4) Condições para realização de transplantes; 5) Questões que permeiam o processo da Morte Encefálica. Com as ExpressõesChave das Ideias Centrais semelhantes foram construídos seis discursos síntese ou Discursos do Sujeito Coletivo, onde o pensamento de um grupo ou coletividade aparece como se fosse um discurso individual. A partir das ideias centrais o transplante de órgãos foi revelado como terapêutica efetiva aos indivíduos portadores de doenças crônicas incapacitantes. No país o Sistema Único de Saúde é financiador de grande parte das diálises realizadas no Brasil. A hemodiálise compreende um tratamento de custo elevado no país em contrapartida o transplante constitui uma terapêutica de custo menor e que proporciona melhor qualidade de vida. Apesar dos avanços científicos e desenvolvimento de novas técnicas a lista de espera para transplante é desproporcional ao número de doadores e o processo de doação é marcado por questões éticas, culturais e religiosas que limitam o número de doação no país.