INVENTÁRIO DOS PEIXES DE PEQUENO E MÉDIO PORTE DA MATA DE ITAMACAOCA, MUNICÍPIO DE CHAPADINHA, LESTE DO MARANHÃO

Abstract

O Brasil é um dos países da América do Sul que possuem a maior diversidade de ictiofauna dulcícola, com cerca de 2.600 espécies. Apesar dessa grande diversidade, sua composição não é completamente conhecida, e o panorama real da biodiversidade da ictiofauna dulcícola ainda é bastante incompleto. Além disso, essa ictiofauna tem sido impactada por várias atividades antrópicas, o que tem acarretado uma série de extinções de espécies e populações, muitas vezes ainda desconhecidas pela ciência. A Bacia do alto Rio Munim está localizada numa área de Cerrado do leste Maranhense, nordeste do Brasil. Esta área onde está localizada a bacia, encontra-se muito degradada e com sua paisagem e vegetação original muito alterada. Apesar desse panorama de degradação ambiental, estudos relacionados a ictiofauna da bacia são escassos. Com isso, torna-se como medidas prioritárias, para a região, a realização de inventários da ictiofauna para que as espécies que por ventura ainda sejam desconhecidas pela ciência, passem a ser conhecidas. A Mata de Itamacaoca, localizada no município de Chapadinha, é uma das poucas áreas com vegetação nativa bem preservada remanescentes da região do alto Rio Munim, com cerca de 460 ha, e caracterizada pela presença de matas de galerias. Nesse trabalho se propõe identificar e realizar um inventário das espécies de peixes de pequeno e médio porte que ocorrem-na Mata de Itamacaoca. Para isso foram realizadas sete expedições para coleta de material. Os exemplares coletados foram identificadas até o menor nível taxonômico possível. Mesmo com a situação do cenário atual intensamente antropizado, ainda é possível se encontrar uma comunidade ictiofaunística rica na área estudada. Neste estudo foram identificadas cinco ordens, nove famílias e 13 espécies de peixes, compreendendo um total de 1038 indivíduos coletados. A escassez de estudos no âmbito da taxonomia no Estado do Maranhão são refletidos em estudos de ecologia e biologia dos peixes do Estado, já que esses estudos dependem da identificação com acurácia das espécies e das resoluções taxonômica dos grupos.