PROSPECÇÃO DE LECTINAS DE LEGUMINOSAS DO BAIXO PARNAÍBA

Abstract

Lectinas são proteínas de origem não imune, que possuem no mínimo um sítio não catalítico capaz de ligar-se a carboidratos de forma reversível. Atualmente, vários trabalhos têm sido descritos sobre o potencial lectínico de espécies de leguminosas e os estudos aumentam à medida que novas lectinas são descobertas, caracterizadas e purificadas. Com base nestas informações, o presente estudo visa a prospecção e caracterização de lectinas de leguminosas do Baixo Parnaíba Maranhense. Diferentes espécies de leguminosas da região foram coletadas e utilizadas para testes de atividade hemaglutinante com eritrócitos de coelho e humano (sistema ABO). Foram obtidos extratos das amostras coletadas através da preparação de farinha, utilizando para a extração de proteína os tampões Tris-HCl 0,1 M pH 7,6, Glicina 0,1 M pH 2,6 e Glicina 0,1 M pH 9,0, todos contendo NaCl 0,15 M. Os eritrócitos de coelho e humano foram lavados com NaCl 0,15 M e a papa de hemácias preparada a 3% foi utilizada para detecção da atividade hemaglutinante, posteriormente os eritrócitos também foram tratados com enzima tripsina e papaína. Para algumas espécies foi determinada a especificidade a carboidratos e o título da atividade hemaglutinante. Das 17 espécies coletadas e testadas 11 apresentaram aglutinação para determinados tipos de eritrócitos, enquanto 6 não apresentaram resultados satisfatórios para a atividade hemaglutinante. As espécies que aglutinaram com maior variedade de eritrócitos foram Vatairea macrocarpa Benth e Dolichos lablab Linn. As espéices Bauhinia pulchella e Dimorphandra gardneriana, apresentaram resultados da atividade hemaglutinante inibida pelos açúcares galactose, α-Lactose e β-Lactose. A caracterização dessas novas lectinas de leguminosas da região do baixo Parnaíba Maranhense promove a descoberta de novas lectinas com potenciais biotecnológicos e consequentemente o uso essas proteínas bioativas como ferramentas moleculares.