Comportamentos de risco a saúde em estagiários de uma universidade pública

Abstract

Comportamentos de risco são comportamentos que podem ser considerados como potencialmente capazes de ameaçar à saúde e reduzir a qualidade de vida do indivíduo. Estudo com o objetivo de verificar a prevalência de comportamentos de risco à saúde em estagiários do Curso de Enfermagem de uma Universidade Pública no nordeste do Brasil. Trata-se de um estudo quantitativo descritivo realizado no período de outubro a novembro de 2017 nas salas de aula do Centro Pedagógico Paulo Freire da Universidade Federal do Maranhão, Brasil. Os dados foram coletados por meio do questionário Youth Risk Behavior Survey (YRBS) que avalia comportamentos de risco e saúde e a percepção do envolvimento com a família, amigos e universidade, desenvolvido nos Estados Unidos pelo Center for Disease Control and Prevention e validado em vários países com média no teste de confiabilidade em 2007 pelo índice Kappa no valor de 68,6%, apontando elevada reprodutibilidade dos itens. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Maranhão, sob o número 2.249.380. A amostra foi constituída por cinquenta e dois (52) estagiários do Curso de Enfermagem. Prevaleceu a faixa etária de 24 a 25 anos 23 (44,2%), sexo feminino 39 (75%), cor branca 29 (55,7%). O peso dos estagiários foi normal 35 (67,3%) apesar de considerado pelos mesmos acima do esperado 24 (46,1%) com iniciativas para perda. Seis (11,7%) estagiários foram considerados obesos e 34 (65,4%) sedentários. Foi frequente o consumo de refrigerante 25 (48%), suco de fruta natural 25 (48%) e frutas e verduras 23(44,2%). Destaca-se o consumo de bebida alcóolica 42 (80,8%) e o uso de cigarros 21(40,4%). Vinte e cinco (48%) dos estagiários negaram o consumo de quaisquer substâncias ilícitas, entretanto, a maconha foi relatada por 13 (25%), além de outras substâncias. Quarenta e quatro (84,6%) estagiários tiveram experiência sexual com a primeira relação aos 17 anos ou mais 18 (34,6%) e o principal método foi o preservativo masculino 20 (38,5%). Dezesseis (30,8%) estagiários relataram sentimentos de tristeza e 14 (26,9%) intenção de suicídio interrompendo suas atividades acadêmicas e de lazer. Quarenta e seis (88,5%) dos estagiários afirmam sentir-se seguros na universidade e a maioria 47 (90,4%) negou ter sido ameaçado ou agredido no ambiente universitário. Conclui-se que os universitários apresentam comportamentos considerados de risco a saúde adotando atitudes e condutas prejudiciais. Reconhece-se a necessidade de políticas de saúde na adoção de hábitos de vida mais saudáveis para prevenção de doenças e melhor qualidade de vida.