REFLEXÕES SOBRE A HOSPITALIDADE NO PROCESSO DE INCLUSÃO DE TRANSEXUAIS NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

Abstract

Esta pesquisa tem como norte o preconizado na Constituição Federal (Brasil, 1988) – art. 205 – segundo a qual a Educação é um direito de todos e uma obrigação do Estado. Contudo, o que deveria ser um direito universal, na prática, o acesso à educação, em especial, em nível superior se torna um desafio real às pessoas transexuais, em decorrência de variados fatores, a exemplo do preconceito presente na sociedade e, por conseguinte, nas mais variadas organizações públicas ou privadas. A Educação muda pessoas. Pessoas transformam o mundo (Paulo Freire), por conseguinte, transforma a realidade e deve estar acessível a toda a sociedade, em todos os níveis sociais para que haja, de fato, a inclusão. Esta pesquisa se justifica pela relevância do espaço universitário na ampliação dos debates que envolvem a gestão da diversidade, e o fortalecimento de políticas inclusivas as quais salvaguardem a integridade física, mental e moral de seus discentes transexuais. Consubstanciado neste entendimento, a presente pesquisa se centra nas dificuldades enfrentadas pelos sujeitos em comento para adentrar no meio acadêmico. Sendo assim, o objetivo central é o de estudar a hospitalidade na inclusão de pessoas transexuais na Universidade Federal do Maranhão. Como objetivos específicos se buscou: compreender os motivos que respondem pelo afastamento dos sujeitos da pesquisa no meio acadêmico. Metodologicamente, esta constitui uma investigação de caráter descritivo, exploratório e qualitativo que se pautou, a priori, em pesquisa bibliográfica realizada na literatura científica extraída de livros, entrevistas, artigos e bases de dados na internet. Em um segundo momento, realizou-se uma pesquisa de campo, no período de 31 de maio a 11 de junho de 2018, junto a pessoas trans que estudam na instituição. Como resultados de pesquisa, observou-se que embora a universidade tenha adotado a Resolução 242, que autoriza o uso do nome social, esta ação, de forma isolada, não resguarda os sujeitos transexuais do preconceito, da discriminação e da segregação. Desse modo, para promover a inclusão desses públicos, sugere-se a criação de uma estrutura formada por profissionais da educação capacitados para lidar com a diversidade, como também politicas de conscientização que reforcem: o uso do nome social e a forma de tratamento, o direito de acesso ao banheiro de acordo com a identidade de gênero, o respeito à identidade de gênero, e principalmente politicas de gestão da diversidade com enfoque na igualdade de gêneros, salvaguardando as diferenças entre as pessoas. Para estudos futuros, recomenda-se realizar estudo que abranja todas as pessoas transexuais da instituição, levar a pesquisa as demais instituições de ensino superior da cidade de São Luis – MA, e englobar as pessoas transexuais que não estão na escola/academia, levantando dados que elucidem os motivos da não presença no ambiente acadêmico.