Estudo da Cinética de Secagem das Fibras do Coco Verde (Cocus nucifera (L.))

Abstract

O Cocus nucifera L., coco, coco-da-bahia ou coco-da-praia, como é popularmente conhecido, é o fruto do coqueiro, árvore perene de origem asiática cultivada em 90 países para produção de óleo e outros subprodutos. No Brasil esse mercado apresenta uma peculiaridade; consumo do fruto para o aproveitamento da água. Com isso surge um grande problema, uma vez que as cascas, principal resíduo gerado, são um material de difícil decomposição que não apresenta valor comercial e correspondem cerca de 80 a 85 % do fruto. A inexistência de tecnologias para o aproveitamento desse material, já que o elevado teor de umidade inviabiliza a aplicação das técnicas já conhecidas para o tratamento do resíduo de coco seco, agrava essa situação, principalmente no meio urbano onde o descarte é feito em aterros sanitários. Assim, o presente trabalho teve como objetivo o estudo da secagem das fibras do coco verde em três temperaturas de 30, 45 e 60 °C. Para isto, fibras de coco foram cortadas e posicionadas em bandejas onde foram desidratadas ao longo do tempo usando um secador convectivo com temperatura e umidade relativa controlada. Realizou-se o estudo matemático com a aplicação dos modelos em camada fina de Weibull, Peleg, Henderson-Pabis, Lewis, Page, Aproximação por Difusão, Midilli, Logarítmico, Wang and Sing e Dois Termos. Os modelos foram ajustados pelo software MATLAB R2013a. A análise estatística comprovou que os modelos de Midilli e Page foram os que apresentaram melhor ajuste aos dados experimentais, com o erro médio relativo (MRE) abaixo de 9 % e coeficiente de correlação quadrático ajustado (R²adj) próximo de 1. Com respeito ao tempo de secagem e percentual de evaporado, o ensaio realizado na temperatura de 60 °C mostrou-se mais eficiente. Observou-se ainda o aumento dos coeficientes difusivos com a temperatura e uma energia de ativação de magnitude 65,17 kJ/mol para o sistema.