Análise morfométrica linear de nannostomus beckfordi e copella arnoldi (OSTARIOPHYSI: CHARACIFORMES: LEBIASINIDAE) da Mata de Itamacaoca, município de Chapadinha, leste do Maranhão, Brasil

Abstract

A Ordem Characiformes é considerada um dos maiores grupos de peixes de água doce do mundo, somando mais de 2.000 espécies válidas. Dentre os Characiformes, os representantes da Família Lebiasinidae é um grupo monofilético. São peixes de pequeno e médio porte e se caracterizam pelo seu corpo cilíndrico bem alongado contendo numerosas escamas que são relativamente grandes, variando de 17 a 33 na série longitudinal. A Família conta atualmente com cerca de 75 espécies descritas e divididas em duas subfamílias (Lebiasininae e Pyrrhulininae). O gênero Nannostomus da tribo Nannostomini, por possuírem corpo de formato fusiforme, cores vivas e brilhantes, seu nado de “cabeça para cima”, tornam este gênero bastante apreciados e explorados comercialmente por aquaristas do mundo inteiro, popularmente conhecido como peixes lápis. O gênero Copella também são muito apreciados por aquaristas devido ao seu caráter ornamental. Diante disso, o presente estudo teve o objetivo de testar a hipótese de que há variações morfométricas em períodos sazonais em Nannostomus beckfordi e Copella arnoldi, e relacioná-los com possíveis aspectos ecológicos ou ambientais dessas duas espécies que ocorrem na Mata de Itamacaoca, município de Chapadinha- MA. A hipótese foi testada a partir da análise de ordenação PCA (Principal Component Analysis), e para verificar o efeito das variáveis foi realizado o teste MANOVA (Análise Multivariada da Variância). Os resultados obtidos demonstram que há diferenças morfométricas para Nannostomus beckfordi com 83,1% de variação encontrada, e Copella arnoldi com 67,1% de variação encontrada. Tais discriminações encontradas indicam uma variação adaptativa local e estão associadas à habilidade no nado, sugerindo uma estratégia adaptativa para a sobrevivência nos períodos sazonais.