Avaliação audiológica de crianças vivendo com HIV: revisão de literatura

Abstract

Introdução. A otite média pode causar perda auditiva entre pessoas que vivem com HIV/AIDS devido à sua suscetibilidade progressiva a infecções. Além disso, perda auditiva relacionado a danos sensoriais ou neuronais também foi observada. No entanto, a associação entre HIV/AIDS e perda de audição ainda não possui evidências melhores e poucos estudos consideram o estado clínico e laboratorial. Objetivos. Analisar como tem sido realizada a avaliação auditiva de crianças vivendo com HIV. Metodologia. Fontes de dados: bancos de dados Pubmed, Scielo e Scopus. Critérios de elegibilidade de estudos: relatórios de casos, estudos prospectivos e retrospectivos sobre a relação entre infecção por HIV e resultados auditivos. Resultados e discussão. Após 275 citações, foram incluídos vinte e quatro artigos originais. A principal descoberta na otoscopia das crianças vivendo com HIV foi a perfuração do tímpano. A maioria dos estudos utilizaram a audiometria de tom puro convencional ou condicionada, resposta auditiva do tronco encefálico e testes comportamentais. A maioria dos estudos mostraram predominância da perda auditiva condutiva. Comparando-se com grupos de controle, houve uma perda significativa de audição entre crianças vivendo com HIV em alguns estudos. Conclusão. Foram encontradas formas diferentes para avaliar o estado de infecção pelo HIV e conseqüentemente, resultados conflitantes relacionados aos achados audiológicos levantados. Não foi encontrada padronização relacionada a idade do início da avaliação audiológica (após a triagem auditiva neonatal) e nem relacionada aos exames realizados, tornando difícil comparar suas descobertas. Devido a infecção HIV afetar crianças em todo o mundo, segere-se também elaboração de protocolos para realização periódica de exames auditivos nessas crianças.O diagnóstico precoce leva a uma reabilitação em tempo hábil evitando várias limitações no desenvolvimento da linguagem e do aprendizado.