Transplante renal de doador vivo: uma análise de duas técnicas operatórias de nefrectomia utilizadas em um Hospital Universitário no Estado do Maranhão.

Abstract

Introdução: O transplante renal é considerado a mais completa alternativa de substituição da função renal. Tendo como principal vantagem melhorar a qualidade de vida, pois o transplante renal proporciona mais liberdade na rotina diária do paciente e uma sobrevida maior quando comparada à terapia renal dialítica. Objetivo: Comparar duas técnicas operatórias utilizadas em um hospital universitário. Método: Estudo transversal descritivo e comparativo nos prontuários dos doadores vivos submetidos à Nefrectomia Convencional Aberta (NCA) e Nefrectomia Videolaparoscópica (NVL) para transplante renal no período de 2010 a 2015 no Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão. Foram utilizados os dados de 53 prontuários do arquivo médico deste hospital que se mostraram viáveis para análise. As variáveis categóricas foram analisadas através de frequências e porcentagens, e as numéricas através de média ± desvio padrão. O teste t de Student foi utilizado para testar as hipóteses. Foi considerado IC = 95% para todas as análises. Os dados foram analisados por meio do programa estatístico STATA 12.0. Resultados: Dos 53 pacientes avaliados, 33 eram do sexo feminino (62,3%) e 20 do sexo masculino (37,7%), 18 pacientes (34%) foram submetidos à nefrectomia convencional aberta e 35 pacientes (68%) à nefrectomia videolaparoscópica. A média de idade dos pacientes nefrectomizados foi de 39 anos. Não houve diferença de risco relativo para complicações transoperatórias (pvalor: 0,35) e pós-operatórias (p-valor: 0,12) entre as duas técnicas cirúrgicas. Não houve diferença estatisticamente significante entre as técnicas quanto ao tempo de alta hospitalar (p-valor: 0,2), duração do procedimento (p-valor: 0,09) e tempo de anastomose vascular (p-valor: 0,16). O Tempo de Isquemia Quente (p-valor <0,0001) e Isquemia Fria (p-valor: 0,04) foram maiores na NVL. Elevação da creatinina pós-operatória se evidenciou frequente, mas não houve relação com a técnica operatória. Conclusão: As duas técnicas operatórias utilizadas para transplante renal de doador vivo se mostraram similares, não havendo superioridade de uma técnica sobre a outra em relação a risco de complicações transoperatórias, pós-operatórias e tempo de alta hospitalar, mas a NCA se mostrou superior quanto à redução da isquemia quente.