Hipertensão na gestação: desfechos maternos e perinatais de pacientes atendidas em um ambulatório especializado

Abstract

Introdução: A Síndrome Hipertensiva Gestacional é uma importante complicação da gestação. É a maior causa de morte materna no Brasil, sendo responsável por 35% dos óbitos. A assistência pré-natal é de extrema importância nesses casos, pois adequadas intervenções colaboram para redução de complicações maternas e perinatais. Métodos: Foi realizado estudo observacional, retrospectivo e analítico, em que foram avaliadas as pacientes hipertensas acompanhadas no ambulatório do pré-natal especializado do Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão, no período de Março de 2015 a Março de 2016 e que tiveram parto nesta unidade. Foram feitas análises exploratórias das variáveis numéricas calculando o máximo, o mínimo, a média e o desvio-padrão. Das variáveis categóricas, calculou-se as frequências absolutas e relativas. As variáveis foram avaliadas em relação a ter ou não pré-eclâmpsia pelo teste de Kruskal-Wallis. Resultados: Foram incluídas 73 mulheres, com idade média de 30 anos, que foram classificadas quanto à síndrome hipertensiva em: hipertensão gestacional (26%), pré-eclâmpsia leve (16,4%), pré-eclâmpsia grave (13,7%), pré-eclâmpsia sobreposta (11%) e hipertensão arterial crônica (32,9%). 74% dos partos ocorreram por via abdominal. Não houve casos de eclâmpsia ou Síndrome HELLP. As principais complicações perinatais foram: necessidade de reanimação, prematuridade e recém-nascido pequeno para a idade gestacional (PIG). Conclusões: Nessa série de pacientes hipertensas atendidas no pré-natal especializado, houve um adequado acompanhamento durante o trabalho de parto, porém destaca-se o elevado número de partos operatórios. Não houve desfechos maternos desfavoráveis. As pacientes com pré-eclâmpsia tiveram maior número de complicações perinatais, mas sem correlação estatística.