A prática do aleitamento materno de mães adolescentes: revisão integrativa da literatura

Abstract

A maternidade surge como algo novo na vida da adolescente, provocando mudanças súbitas no seu cotidiano. O leite materno é o alimento mais adequado até os seis meses de vida da criança de forma exclusiva e complementado até os dois anos ou mais de idade, e, apesar de suas inúmeras vantagens, o desmame precoce tem se tronando cada vez mais comum, principalmente entre mães adolescentes. A amamentação não é algo instintivo e requer aprendizagem tanto da mãe como do bebê, sofrendo influências de fatores individuais, sociais, socioeconômicos, históricos e culturais. Este estudo tem como objetivo identificar na literatura científica a prática da amamentação e do aleitamento materno exclusivo em mães adolescentes e destacar os fatores que influenciaram o desmame precoce referidos na literatura. O método utilizado foi a revisão integrativa da literatura, em que se buscou estudos a partir da seguinte pergunta norteadora: “Como se dá a prática do aleitamento materno de mães adolescentes?”. Os critérios de inclusão adotados foram publicações em forma de artigos científicos tendo como temática a prática do aleitamento materno em mães adolescentes; em português e publicados entre os anos de 2008 a 2017; textos completos com resumos disponíveis e indexados nas bases de dados no Portal Regional da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e no Google Scholar. A pesquisa foi realizada no mês de junho, a partir dos descritores: adolescente, aleitamento materno e amamentação. Inicialmente, foram encontrados 1072 artigos, mas por não atenderem aos critérios de inclusão, só sete artigos foram utilizados nessa pesquisa, sendo três da base de dados LILACS, um da MEDLINE e três do Google Scholar. A idade das mães variou de 14 a 19 anos, a maioria estava em união estável, com ensino fundamental incompleto, primíparas e não trabalhavam ou não realizavam atividades fora de casa. Em seis artigos, a minoria das crianças estava em aleitamento materno exclusivo ao sexto mês de vida. O desmame precoce ocorreu na maioria das amostras estudadas, tendo como alguns dos fatores influenciadores, o uso dos bicos artificiais; a influência das mães e/ou avós das mães adolescentes; “leite insuficiente ou fraco”; o retorno aos estudos ou ao trabalho; falta de apoio da família e pouca ou nenhuma orientação durante o pré-natal e puerpério pelos profissionais de saúde. O ingurgitamento mamário, as fissuras, a pega e a posição inadequada do bebê foram os problemas mais recorrentes nos artigos analisados. Os resultados mostraram que a mãe adolescente precisa de um acompanhamento mais intenso durante o pré-natal e puerpério e que os profissionais de saúde, especialmente o enfermeiro, tem papel fundamental na decisão da mãe em amamentar. Cabe aos profissionais buscar conhecimentos e técnicas que auxiliem as mães adolescentes no processo de amamentar, envolvendo o contexto em que esta está inserida. A amamentação deve ser objeto de mais estudos e pesquisas para uma melhor compreensão e intervenção nessa fase tão particular.