ANÁLISE QUALITATIVA DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA COMO MÉTODO DE AVALIAÇÃO DE GORDURA VISCERAL.

Abstract

Introdução: A obesidade é uma doença crônica, considerada um sério problema de saúde. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, a sua prevalência está em ascensão, sendo tida, desse modo, como uma epidemia global determinante de agravos, como a hipertensão arterial sistêmica, com consequente aumento das doenças cardiovasculares. Tornou-se importante conhecer o padrão de distribuição da gordura corporal, caracterizando a obesidade em total e abdominal, e esta última, estratificada em gorduras subcutânea e visceral, bem como a complexa fisiopatologia metabólica dos tipos de tecido adiposo, sabendo-se que esses têm atividades metabólicas diferentes, com maior risco de distúrbios cardiometabólicos e mortalidade em correspondência com a gordura visceral. Estes fatos corroboram a validação de métodos que quantifiquem essas diferentes obesidades, como as medidas antropométricas e os métodos de imagem, que inclui a tomografia computadorizada do abdômen, considerada padrão ouro por medir separadamente essas gorduras. Objetivo: tomografia computadorizada como método adequado para quantificar separadamente as gorduras visceral e subcutânea utilizando-a como um fator preditor de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Metodologia: A tomografia computadorizada é um exame radiológico que utiliza radiação ionizante para aquisição da imagem, adquirida no plano axial, realizada com o indivíduo deitado em decúbito dorsal, braços estendidos sobre a cabeça, com protocolo pré-estabelecido, e os seguintes parâmetros anatômicos e técnicos: corte volumétrico único com 10 mm de espessura na área da região lombar, ao nível da cicatriz umbilical, altura de L3-L4 ou L4-L5, com software específico se obtém a reconstrução 3D, para diferenciação das densidades dos tecidos e padronização de cores: amarela para estrutura ou órgão intra/extra-abdominal (nomeada de base); verde delineia toda a gordura visceral (densidade -50 a -150 UH); azul delineia a gordura subcutânea (densidade -40 a -120 UH). Resultados e Discussão: Este estudo corrobora a importância de se conhecer o complexo metabolismo do tecido adiposo e o padrão de distribuição da gordura corporal total, ou abdominal com os componentes subcutâneo e visceral, esta última, favorecendo o desenvolvimento de doenças crônicas como a hipertensão arterial sistêmica, consequentemente levando a predisposição e aumento de eventos cardiovasculares e mortalidade. A tomografia computadorizada torna-se o método adequado para medir a gordura abdominal porque permite a diferenciação das gorduras. Conclusão: A tomografia computadorizada é excelente para quantificar a gordura abdominal, considerada como “padrão ouro” para determinação do volume da gordura visceral, facilmente reprodutível, o que ameniza o seu alto custo e a necessidade de profissionais treinados para executá-lo, podendo propiciar um padrão diagnóstico preventivo de maior acurácia em população de risco para desenvolver eventos cardiovasculares, o que reduziria os custos financeiros da Saúde Pública com essas morbidades.