Impacto da transfusão de concentrados de hemácias em cirurgias do aparelho digestivo em hospital público do Brasil

Abstract

Racional: Cerca de 20 a 40% dos pacientes hospitalizados são diagnosticados com algum grau de anemia. Durante muito tempo, a decisão de transfundir ou não durante o período perioperatório foi fundamentada principalmente na hematimetria. As evidências atuais mostram um consumo excessivo de sangue alogênico, diminuição das doações e bancos de sangue com estoques reduzidos. Objetivo: Determinar a taxa de transfusão de concentrado de hemácias, o tempo de internação hospitalar, taxa de mortalidade e número de unidades de concentrado de hemácias transfundidas em pacientes submetidos a cirurgias do aparelho digestivo no Hospital Universitário Presidente Dutra. Métodos: Estudo quantitativo, retrospectivo, realizado com dados secundários investigados de prontuários de pacientes submetidos a cirurgias do aparelho digestivo no Hospital Universitário Presidente Dutra, com 18 anos de idade ou mais, no período de janeiro de 2015 a julho de 2016. Para análise estatística, utilizou-se o programa Minitab versão 14. Resultados: Dos 34 pacientes analisados, 13 receberam transfusão de concentrado de hemácias, representando um total de 38,24%. Um total de 66 unidades de concentrado de hemácias foi utilizado, cuja média foi de 1,94, com desvio padrão de 5,10. A taxa de mortalidade da amostra coletada foi de 11,76%. Considerando o grupo que recebeu transfusão de concentrados de hemácias, a taxa de mortalidade foi de 30,77%. Analisando o tempo de internação hospitalar, observa-se que os pacientes que não receberam transfusão de concentrados de hemácias ficaram hospitalizados por menos tempo em relação ao grupo dos pacientes que receberam transfusão de concentrado de hemácias. Conclusão: Observou-se maior tempo de internação hospitalar do grupo de pacientes que recebeu transfusão de concentrados de hemácias em relação ao grupo dos pacientes que não recebeu transfusão de concentrado de hemácias.