A alma enquanto fundamento ético na obra Fédon de Platão

Abstract

O Fédon, diálogo platônico no qual Sócrates, ao deparar-se diante do fim da vida terrena, demonstra firmeza e segurança ao aspirar à morte como sendo a libertação da alma, este trabalho monográfico tem o objetivo de analisar e refletir acerca da implicação da imortalidade da alma enquanto princípio e fundamento ético na obra Fédon. Esta obra é narrada pelo filósofo grego Platão que descreve o último dia de vida de seu mestre Sócrates, no qual travou um intenso diálogo entre Sócrates e os pitagóricos Símias e Cebes, para convencê-los que a morte não é o fim de tudo, como a tradição de Homero apregoava. Sendo assim, o ápice da proposta socrática apresentada no Fédon é mostrar a verdade com a alma e os pensamentos totalmente purificados para então poder reconhecer as virtudes e as ideias tal como elas são. Esta experiência é um processo que antecipa de forma metafórica a morte. Esta proposta prepara o filósofo para desfrutar de forma ética a sabedoria absoluta. Platão utiliza-se de uma narrativa dramática para enfatizar a importância dos cuidados com a alma humana, e para isso a doutrina Órfica foi um importante pilar para fundamentar a imortalidade da alma proposta pelo filósofo. O cerne desta pesquisa é análise da alma enquanto fundamento ético na obra Fédon especificamente.