Correntes e estrutura termohalina no Complexo Portuário de São Luís (CPSL) ao longo de um ciclo de maré

Abstract

Este trabalho teve como objetivo estudar a variabilidade das propriedades hidrográficas e circulação durante um ciclo completo de maré, no período seco, em setembro de 2017, classificar o estuário com o diagrama Estratificação-Circulação proposto por Hansen & Rattray (1966), calcular o transporte resultante de sal e a contribuição relativa dos termos advectivos, de difusão turbulenta e quantificar a distribuição temporal do material particulado em suspensão (MPS). Dados de temperatura, condutividade e densidade foram obtidos com um CTD (Conductive-Temperature-Depth), Exo2, e processados em laboratório. Para medição das velocidades instantâneas em cada hora foi utilizado um ADCP (Sontek/YSI). As concentrações de MPS foram obtidas por gravimetria e para seus fluxos utilizamos a equação de transporte, segundo metodologia descrita por Miranda (2002). O valor médio encontrado no período amostral foi de 28,78 ºC para temperatura e 30,08 gkg-1 para salinidade, com a componente longitudinal de velocidade apresentando maiores valores e velocidade residual predominante em maré vazante. Observou-se homogeneidade da coluna de água e a presença de duas massas de água: Água de Rio (AR) e Água de Frente (AF). O Complexo Estuarino de São Marcos foi classificado como do tipo 1a (bem misturado e fracamente estratificado), dominado por difusão turbulenta e de alta instabilidade vertical de acordo com o número de Richardson por camada. O cálculo da anomalia de energia potencial indicou alto potencial energético. Os elevados valores de MPS indicam proveniência de ressuspensão de material particulado de fundo e erosão das margens.