Experiência associativista dos catadores de materiais recicláveis da ASCAMAR e da COOPRESL: desafios e oportunidades econômicas em São Luís no início do século XXI

Abstract

Aproveitando-se da incapacidade do Sistema Capitalista em oferecer trabalho e renda em quantidade suficiente e condições dignas, a Economia Solidária (ES) propõe o resgate dos princípios de valorização do trabalhador, tornando-o o centro das decisões de um empreendimento através da prática da autogestão e outros mecanismos que rebaixam o lucro a uma finalidade de posição secundária. Nesse contexto encontram-se a ASCAMAR e a COOPRESL, empreendimentos solidários que funcionam através do trabalho associado de catadores de materiais recicláveis em São Luís (MA) e que são objeto desta pesquisa. Procurou-se investigar os principais desafios que enfrentam e as oportunidades econômicas acessíveis. O perfil socioeconômico dos catadores, o diagnóstico da prática de alguns princípios da ES e a sondagem do órgão municipal responsável pela limpeza urbana foram caminhos que nos ajudaram a chegar aos principais resultados. Observa-se que ambas carecem de infraestrutura adequada para a finalidade do trabalho e que não colocam em prática a autogestão, um dos princípios fundamentais da ES. Defende-se que a inserção na gestão compartilhada de resíduos sólidos do munícipio de São Luís, através de contrato para prestação de serviços como a coleta seletiva além da capacitação por uma incubadora de empreendimentos solidários podem viabilizar o fortalecimento econômico dessas entidades e portanto, transformá-las em efetivas provedoras de trabalho e renda para os menos favorecidos da capital maranhense.