Acompanhamento nos primeiros seis meses pós-parto do estado nutricional de mães em aleitamento materno atendidas em um banco de leite humano

Abstract

Objetivo: Este estudo teve como objetivo avaliar o estado nutricional de mães nos primeiros seis meses pós-parto acompanhadas em um Banco de Leite Humano e os possíveis fatores associados. Métodos: Estudo de coorte, realizado no Banco de Leite Humano do Hospital Universitário Materno Infantil, situado na cidade de São Luís, estado do Maranhão, no período de novembro de 2017 a novembro de 2018. Participaram da pesquisa 128 lactantes que estavam amamentando exclusivamente e que tinham bebês com até um mês de vida. As nutrizes foram avaliadas do primeiro ao sexto mês pós-parto, nas quais foram aferidas medidas como peso e altura e aplicou-se o formulário sociodemográfico. Com os dados obtidos, calculou-se o Índice de Massa Corporal (IMC). Para analisar a associação entre as variáveis, utilizou-se o teste T Student quando a variável era dicotômica e o teste ANOVA quando a variável apresentava mais de duas categorias. Foi adotado o valor de p ˂ 0,05 para a validação das associações investigadas. Para análise dos dados utilizou-se o Stata® 14.0. Resultados: Observou que a média de IMC das mães desde o primeiro até o sexto mês as caracterizaram como sobrepesadas. Os fatores associados ao estado nutricional materno no decorrer dos seis meses com significância estatística foram idade da mãe e tipo de parto. As mães adolescentes tinham média de IMC que as classificavam como eutróficas (p = 0,0004), enquanto as lactantes com 30 anos ou mais apresentavam sobrepeso e tinham aumento do IMC ao longo do semestre. Com relação ao tipo de parto, as mulheres que tiveram o parto cesáreo tiveram média de IMC inferior (25,62 ± 5,94) àquelas que tiveram parto normal (27,80 ± 4,70) (p ˂ 0,0315) no primeiro mês. As primíparas apresentaram menor IMC (25,69 ± 5,92) que as não primíparas (27,38 ± 5,00) no primeiro mês e permaneceu até o final do semestre. Conclusão: Neste estudo foi observado que as lactantes apresentavam excesso de peso no decorrer do semestre e que as nutrizes mais jovens, brancas, que tiveram parto cesáreo e primíparas, apresentaram menor ganho de peso ao longo do primeiro semestre pós-parto.