Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://hdl.handle.net/123456789/3065
Título: A filiação socioafetiva na família reconstituída: uma interlocução da psicanálise com o direito
Título(s) alternativo(s): The socio-affective affiliation in the reconstituted family: an interlocutor of psychoanalysis with the right
Autor(es): ALMEIDA, Juliana Bogéa Santos de
Palavras-chave: Filiação
Socioafetividade
Psicanálise
Affiliation
Socioaffectivity
Psychoanalysis
Data do documento: 18-Dez-2018
Editor: Universidade Federal do Maranhão
Resumo: Esta monografia discute o parentesco da filiação, sobretudo, da filiação socioafetiva. Para tanto, adotou como referência a família reconstituída. Foi realizada uma pesquisa teórica com procedimento bibliográfico a partir de interlocução da Psicanálise com o Direito, tendo como questão norteadora “o que é filiar?” a partir dos textos de Sigmund Freud “Totem e Tabu” (1913/1996) e “Mal-estar na civilização” (1930-1969), bem como de textos sobre o Complexo de Édipo. No Direito, foram trabalhados textos do Direito de Família. A constru-ção teórica objetivou indagar o que é invariável e o que permite que uma família se reco-nheça como tal. Assim, foi abordada a contextualização histórica e jurídica da família e da filiação. A filiação socioafetiva tem como fundamento os laços afetivos construídos entre os sujeitos envolvidos na filiação. Ela pode ser proveniente da família reconstituída, que tem crescido nos últimos anos, decorrente da Lei do Divórcio. A família reconstituída se dá quando duas pessoas se casam ou estabelecem uma relação estável e já tem um filho(a) de um vínculo anterior. Nela, a filiação socioafetiva é decorrente da relação entre madras-tas/padrastos e enteados. A socioafetividade atualmente tem efeitos jurídicos e começou a ter tratativa jurisprudencial e doutrinária a partir da Constituição de 1988 com o apareci-mento dos princípios constitucionais, sobretudo do princípio da Dignidade Humana. A ques-tão “o que é filiar?” foi discutida também a partir da constituição da família nos textos de Freud, que se dá em decorrência da renúncia do desejo incestuoso e da consequente in-serção do homem na cultura. Freud já anunciava em seu texto “Totem e Tabu” (1913/1996) que as relações humanas não são da ordem da natureza. Ademais, na interlocução da Psicanálise com o Direito, foi possível observar que, enquanto nos textos do Direito parece haver uma tendência de trabalhar a temática restrita a sentimentos positivos de amor e carinho, Freud mostra que a ambivalência emocional está presente em todas as relações humanas. Essa ambivalência é visualizada no mito da horda primeva trabalhado por Freud, em que os filhos, ao cometerem o parricídio, dão-se conta de que, ao mesmo tempo que odiavam o pai, também o amavam. A ambivalência levou ao sentimento de culpa: o pai morto tornou-se mais forte de que quando era vivo. Com isso, a lei do Pai funda o laço social e permite que os seres humanos se organizem em famílias, independente do viés biológico; é o caso da família reconstituída, em que padrastos/madrastas transmitem a par-tir de sua própria castração a lei de interdição do incesto, estabelecendo com seus enteados uma relação filial.
Descrição: ABSTRACT This undergraduate thesis discusses the kinship of the affiliation, above all, the socio-affec-tive affiliation. To do so, the reconstituted family has been adopted as reference. A theoretical research was carried out with a bibliographical procedure based on the interlocution of Psy-choanalysis with Law, having as guiding question "what is to affiliate?" from the texts of Sigmund Freud "Totem and Taboo" (1913/1996) and "Civilization and Its Discontents" (1930-1969), as well as texts on the Oedipus Complex. In the law field, Family Law’s texts were worked. The theoretic construction aimed to investigate what is invariable and what allows a family to recognize itself as such. Thus, the historical and juridical contextualization of the family and the affiliation was approached. The socio-affective affiliation is based on the af-fective bonds built between the subjects involved in the affiliation. It may come from the reconstituted family, which has grown in recent years as a result of the Divorce Law. The reconstituted family occurs when two people marry or establish a stable relationship and already have a child of an earlier bond. In it, the socio-affective affiliation derives from the relationship between stepmothers / stepfathers and stepchildren. The socioaffectivity cur-rently has legal effects and began to have jurisprudential and doctrinal treatment from the 1988 Constitution with the appearance of constitutional principles, especially the principle of Human Dignity. The question "what is it to affiliate?" was also discussed from the Freudian’s construction about the constitution of the family, which occurs due to the renunciation of the incestuous desire and the consequent insertion of the man in the culture. Freud already announced in his text "Totem and Taboo" (1913/1996) that human relations are not based on nature. Moreover, in the dialogue between Psychoanalysis and Law, it was possible to observe that, while in the texts of the Law there seems to be a tendency to work on the theme restricted to positive feelings of love and affection, Freud shows that emotional am-bivalence is present in all human relations. This ambivalence is seen in the myth of the primeval horde worked by Freud, in which the male children, in committing the parricide, realize that, at the same time they hated their father, they also loved him. Ambivalence led to guilt: the dead father became stronger than when he was alive. Therefore, the law of the Father establishes the social bond and allows human beings to organize themselves into families, regardless of the biological pathway; this is the case of the reconstituted family, in which stepfathers / stepmothers transmit from their own castration the incest interdiction’s law, establishing with their stepchildren a filial relationship.
URI: http://hdl.handle.net/123456789/3065
Aparece nas coleções:TCCs de Graduação em Psicologia do Campus do Bacanga

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