Estudo comparativo da contagem diferencial do esfregaço do aspirado de medula óssea recém-colhida para com a amostra do tubo destinada à imunofenotipagem

Abstract

A citometria de fluxo não é referência para determinação do percentual de blastos para diagnóstico de leucemias agudas e outras neoplasias hematológicas, devido à perda de expressão do CD34 em alguns casos, e à tendência a maior hemodiluição dos espécimes de medula óssea usados para a citometria em relação aos primeiros espécimes colhidos para constituírem os esfregaços de medula óssea para mielograma, em razão disso, o método clássico para estimar o porcentual de blastos é a microscopia (mielograma). A comparação dos resultados das metodologias pode levar a grandes inconsistências, podendo prejudicar a interpretação dos resultados. O presente trabalho se propôs a avaliar a equivalência e a correlação entre a contagem diferencial de blastos e eritroblastos em 20 pacientes com leucemia linfoide aguda e 20 pacientes sem neoplasia hematológica que tiveram exames realizados pelo Centro de Pesquisa Clínica do Hospital Universitário da UFMA (CEPEC-HUUFMA) através da contagem diferencial de 200 células nucleadas da medula óssea “recém-colhida”, da medula óssea “do tubo” destinado à imunofenotipagem e da imunofenotipagem da medula óssea “do tubo”. Apesar de se tratar da mesma amostra biológica, a comparação de algumas das contagens diferenciais do % de blastos entre o mielograma “recém-colhido” com o mielograma “do tubo” foram discrepantes pois há hemodiluição da amostra destinada a imunofenotipagem e que há perda de eritroblastos quando a amostra é submetida a citometria de fluxo. Por isso é fundamental que a análise imunofenotípica seja atrelada a análise morfológica do aspirado de medula óssea “recém-colhida” que irá representar mais fidedignamente a celularidade do tecido.