Dor e distúrbios do sono em sobreviventes de linfoma não Hodgkin

Abstract

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: O aumento progressivo de sobreviventes de Linfoma não Hodgkin (LNH) é acompanhado de muitos sintomas funcionais subdiagnosticados e subtratados. Dor e distúrbios do sono constituem importantes fatores que afetam negativamente a qualidade de vida. O objetivo deste estudo foi investigar a prevalência de dor e distúrbios do sono em sobreviventes de linfoma não Hodgkin, além de avaliar a associação entre esses sintomas e possíveis correlações com fatores clínicos e sociodemográficos. MÉTODOS: Estudo transversal, com amostra não-probabilística, de 79 pacientes/sobreviventes acompanhados em ambulatórios especializados de oncohematologia. Foram utilizados o Questionário Mini-Sleep (QMS) e a Escala Visual Analógica (EVA), além de dados socioeconômicos, comportamentais e clínicos. RESULTADOS: Observou-se que 57% dos pacientes relatavam algum grau de dor (29% dor moderada) e 56% apresentavam alteração do sono (32% sono muito alterado). Estado civil e cor da pele foram associados à presença de dor. Maior alteração de sono esteve diretamente correlacionada ao maior número de medicamentos e inversamente correlacionada ao tempo de diagnóstico e tempo de remissão. A presença concomitante de dor e distúrbio do sono foi evidenciada em 36,7% dos pacientes, revelando uma correlação significante diretamente proporcional. CONCLUSÃO: O relato de dor ou alteração do sono em mais de 50% dos sobreviventes de LNH demonstra a importância da investigação e conduta adequadas acerca desses sintomas. As implicações clínicas da doença estão sendo ampliadas, caracterizando um novo cenário que exige dos profissionais de saúde maior sensibilidade e percepção durante o acompanhamento.