Perdas pós-colheita de hortifrútis, em sete municípios maranhenses, inseridos em diferentes microrregiões

Abstract

A produção de frutas e hortaliças é tida como uma das atividades mais relevantes que compõem a conjuntura agrícola brasileira, pois além de contribuir diretamente sobre os aspectos socioeconômicos ainda são considerados alimentos essenciais para a população. Salvo a sua importância no cenário agrícola, a cadeia produtiva de hortifrútis é frequentemente afetada por inúmeros gargalos, como os elevados índices de perdas na etapa pós-colheita. No Maranhão e demais estados brasileiros, os estudos sobre esses indicadores são escassos, embora pudessem auxiliar em estimativas e identificação de fatores de risco. Nesse aspecto, objetivou-se realizar um levantamento socioeconômico e de perdas pós-colheita de hortifrútis nos principais mercados varejistas de Colinas, Dom Pedro, Fortuna, Presidente Dutra, Santa Quitéria, São Domingos do Maranhão e São Bernardo (MA), os quais estão inseridos em diferentes microrregiões maranhenses. O estudo foi conduzido durante o intervalo de seis meses (novembro de 2018 a abril de 2019), por intermédio de entrevistas diretas em 107 estabelecimentos comerciais de hortifrútis (supermercados, verdurões e feiras livres). Para tal, utilizou-se um questionário socioeconômico composto por perguntas objetivas e subjetivas voltadas para aspectos relacionados à escolaridade, atividade profissional, renda mensal com a comercialização de hortifrútis, produção, manuseio, escoamento, comercialização, armazenamento e perdas pós-colheita. Com relação às perdas, mamão (17,90%), abacate (16,55%), goiaba (13,82%) e uva (9,80%) foram as frutas com maiores médias, ao passo que para hortaliças, destacaram-se a berinjela (24,70%), batata (16,00%), pepino (15,70%), batata-doce (14,00%) e pimentão (11,28%). O principal agente causal foram as desordens fisiológicas, cujos efeitos variaram de 1,07 a 12,56%. Dessa forma, é necessário melhor capacitação dos comerciantes e/ou funcionários, quanto ao gerenciamento comercial e boas práticas pós-colheita, de modo a aumentar a rentabilidade da atividade.