Educação do campo: desafios e perspectivas das escolas do/no campo do município de Codó/MA

Abstract

A educação do campo esteve, historicamente, subjugada ao modelo urbano-tecnocrata de educação, que desvaloriza a vida do camponês e supervaloriza o modo de vida urbano. A partir de estudos históricos com relação à Educação do Campo, surge a seguinte indagação: por que a educação do campo é tratada com planos inferiores? Nesse sentido, a razão desse estudo decorre de motivo pessoal, devido ser filha de trabalhadores rurais que deixaram o campo para que os filhos estudassem na zona urbana. Esta monografia tem como objetivo analisar as perspectivas da Pedagogia da Alternância que orienta o Projeto Político Pedagógico da instituição Escola Família Agrícola. A pesquisa visa conhecer as especificidades da prática pedagógica utilizando a Pedagogia da Alternância, assim como discutir a importância das escolas do campo como representação a identidade campesina, além disso, o estudo discute acerca da formação desse profissional enquanto Educador e quais as estratégias utilizadas no processo de ensino e aprendizagem nesse âmbito da educação, além de abordar sobre quais atividades são desenvolvidas nesses lugares e os métodos desenvolvidos numa perspectiva de formação integral. A pesquisa foi realizada em uma instituição comunitária denominada Escola Família Agrícola Rita Lore Wicklein, localizada na estrada BR MA 026 no Povoado Monte Cristo, município de Codó - MA. É uma pesquisa qualitativa descritiva com enfoque fenomenológico, que inicia-se com a pesquisa bibliográfica e de campo utilizando como técnica de coleta de dados a observação e entrevistas semiestruturadas com os profissionais que atuam e fazem parte do contexto da instituição. A fundamentação desse estudo se deu mediante o diálogo com diversos teóricos como: Caldart, Jesus, Estevam, Molina, Silva, Gimonet, dentre outros, que possibilitaram o aporte teórico às experiências narradas pelo sujeito. Os resultados indicam que a Alternância Pedagógica tem sido entendida como possibilidade dos educandos continuarem seus estudos e permanecerem vivendo e trabalhando nos territórios rurais, pelo reconhecimento de diferentes espaços/tempos de aprendizagem, que envolvem tempo acadêmico e tempo comunidade, favorecendo o diálogo entre os conhecimentos científicos e os saberes construídos socialmente pelos sujeitos.