Gestão contemporânea e suas repercussões na saúde do trabalhador do setor público

Abstract

A temática da gestão contemporânea tem sido discutida por diversos autores e vários estudos apontam que o trabalhador contemporâneo está submetido a um modelo de organização gerencialista que, muitas vezes, impõe a este sujeito um contexto laboral marcado pela precarização e pela intensificação. As atividades humanas são reconfiguradas através da implementação de novas práticas gerenciais, tornado-as instáveis e voláteis, o trabalhador nesse contexto é encarregado de buscar o seu melhor, para produzir cada vez mais. Nesse sentido as organizações têm se ocupado em exigir cada vez mais a alta performance do sujeito, não apenas no âmbito do trabalho, mas em diversos contextos de sua vida. A literatura revela que a gestão contemporânea tem uma preocupação exacerbada com a produtividade em detrimento à saúde do trabalhador. Diante disso, o objeto de investigação deste trabalho monográfico é a compreensão das transformações da gestão contemporânea e as implicações para a saúde e a subjetividade dos trabalhadores, especialmente os do setor público, que viveram por longo tempo na história, sob as determinações do modelo de gestão burocrático e hoje lidam com as nuances do padrão gerencial. A presente pesquisa bibliográfica analisou os estudos tendo como referência categorias do materialismo histórico-dialético e contribuições da psicodinâmica do trabalho. Percebe-se que os modelos de gestão têm se atualizado a cada época que passa e as organizações públicas têm sido invadidas pelo modelo de gestão flexível que agridem os direitos do trabalhador, afetando sua saúde e seu bem-estar. Nesse contexto, o estabelecimento de metas e a cobrança excessiva têm se tornado algo muito comum. Todas essas transformações têm repercutido negativamente na saúde e subjetividade dos servidores públicos.