O discurso de professoras na inclusão de crianças com autismo

Abstract

Os avanços em relação à educação inclusiva no Brasil a partir da década de 1990 vem proporcionando o aumento da entrada de alunos diagnosticados com Transtorno do Espectro Autista (TEA) em turmas regulares do ensino fundamental. Considerando essa realidade, o presente trabalho investigou os efeitos subjetivos dessa inclusão para os professores que atuam no ensino fundamental I em escolas municipais de São Luís, capital do Maranhão. Buscou-se conhecer onde e como é realizada a inclusão de alunos com TEA, em que medida os professores são afetados, como se sentem e que percepção possuem sobre a inclusão desses alunos. Desse modo, primeiramente, foi realizada uma entrevista estruturada com a Secretaria Municipal de Educação, além de entrevistas semiestruturadas com professores de escolas públicas municipais. As entrevistas com os professores foram analisadas segundo o referencial teórico da Análise Institucional do Discurso (AID). A análise dos resultados apresentou as seguintes categorias temáticas: imaginário sobre o autista; reações e sentimentos frente ao autista; inclusão e suposição de sujeito; postura frente à inclusão; suporte, sistema e limitações. Ao final, identificou-se que há efeitos significativos para os professores que trabalham na inclusão e que a presença de uma rede de suporte que inclua suas questões e sentimentos no processo inclusivo é fundamental para a efetividade das políticas de inclusão.