Prevalência de alterações citopatológicas em mulheres quilombolas do litoral maranhense

Abstract

Introdução: O câncer do colo do útero é uma doença de desenvolvimento lento que tem como característica a progressão de alterações intraepiteliais de fases marcantes, porém, estas podem regredir espontaneamente. Diversos fatores, intrínsecos e extrínsecos, podem influenciar na progressão desta doença, tais como baixa escolaridade, início precoce de atividade sexual, tabagismo, multiplicidade de parceiros sexuais, multiparidade, histórico de DST, uso de anticoncepcionais, dentre outros. Historicamente, a população quilombola sofre com as desigualdades sociais e, dessa forma, está mais vulnerável ao desenvolvimento desta doença. Objetivo: Verificar a prevalência das alterações citopatológicas em mulheres quilombolas do litoral maranhense. Metodologia: Trata-se de um estudo de coorte transversal realizado com mulheres quilombolas do litoral maranhense que concordaram em participar do estudo assinando um termo de consentimento e preenchendo o questionário sociodemográfico para, posteriormente, serem submetidas a realização de coleta de material para exame preventivo pela técnica de Papanicolaou em Unidades Básicas de Saúde. Resultados: A maioria das mulheres estava dentro da faixa etária de 31 a 45 anos e eram de baixa escolaridade. As alterações citopatológicas prevaleceram em 7% das mulheres, sendo HSIL a mais prevalente (2,4%), as quais todas elas foram na faixa etária de 46 a 60 anos. A faixa etária com maior prevalência do total de alterações foi a de 31 a 45 anos (3,3%), quando relacionada com as alterações. Conclusão: Os indicadores apontam para maior prevalência de HSIL, e ao associarmos a idade com as alterações citopatológicas encontradas, observamos significância estatística (p = 0,0001) na faixa etária de 31 a 45 anos.