Indicadores antropométricos e marcadores laboratoriais da função renal em pessoas com hipertensão arterial

Abstract

A obesidade é definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como doença que se caracteriza pelo acúmulo excessivo de gordura corporal, resultado de um quadro prolongado de ingesta energética maior do que o gasto. A obesidade está associada ao diabetes tipo 2 e à hipertensão, as duas principais causas de DRC. A obesidade cursa com alterações renais hemodinâmicas que são caracterizadas pelo aumento do fluxo plasmático renal, hiperfiltração glomerular e retenção salina. Este trabalho tem como objetivo verificar a prevalência do excesso de peso em pacientes com hipertensão arterial e sua possível implicação na progressão das lesões renais. É um estudo de caráter transversal, retrospectivo e de abordagem quantitativa com 126 indivíduos hipertensos. Foram analisados dados de prontuários de consultas de pacientes com hipertensão arterial acompanhados ambulatorialmente no Centro de Prevenção de Doença Renal (CPDR), do Hospital Presidente Dutra (HUPD). Os dados obtidos foram tabulados no Microsoft Office Excel e analisados a partir do programa estatístico SPSS 21. Para análise dos resultados, as variáveis numéricas foram apresentadas em médias e desvios e as variáveis categóricas foram apresentadas em frequências absolutas (n) e relativas (%). Em todas as análises, considerou-se nível de significância de 5%. Para avaliação do estado nutricional foi considerado IMC normal entre 18,5 e 24,9 kg/m2, levando em consideração as diferenças entre IMC adulto (18,5 e 24,9 kg/m2) e IMC idoso (>22 a < 27kg/m2), estratificados em eutróficos e excesso de peso (sobrepeso + pré-obeso + obesidade). Para o diagnóstico de doença renal crônica foi considerada uma taxa de filtração glomerular <60 mL/min/1,73m2. O estudo possui aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa do Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão sob o parecer 2.035.753. O excesso de peso foi encontrado em 69,83% da população, com maior prevalência entre os adultos. Dentre as variáveis antropométricas a circunferência de cintura, a relação cintura-estatura, o índice de massa corporal e o índice de adiposidade central apresentaram significância (p<0,05) com o estado nutricional, mostrando-se bons indicadores usados para análise de fatores de risco cardiometabólicos. Os valores médios de glicemia de jejum, creatinina e ureia séricas foram, 105,82 mg/dL (± 29,17), 0,986 mg/dL (± 0,465) e 33,40 mg/dL (± 11,79), respectivamente. Foram elevadas as frequências de DM e Hipercolesterolemia nesses pacientes hipertensos, isto é relevante ao se considerar a importância destes fatores na progressão de DRC. Pela classificação dos Estágios das Doenças Renais Crônicas, a maioria estava no estágio 1 e 2, no entanto a avaliação do estado nutricional não apresentou significância no desenvolvimento das lesões renais.