A IMPRENSA ESTUDANTAL LICEÍSTA MARANHENSE (1889-1900).

Abstract

Analisa a influência do Liceu Maranhense no movimento da imprensa estudantal liceísta da primeira década republicana (1889-1900), tomando os jornais estudantis como fonte e objeto de investigação simultaneamente. Para tanto, descreve os aspectos relacionados à materialidade dos jornais liceístas: O Século (1889), O Ensaio (1890), A Eschola (1891), O Porvir (1895), O Ideal (1898) e A Actualidade (1900), enquanto objetos culturais, destacando as questões referentes à suas condições de produção e circulação; além de identificar a natureza desses impressos dentro do Liceu Maranhense, as funções sociais estabelecidas com o seu aparecimento, o que envolveu diferentes eixos da sociedade maranhense, e o marco comum que os uniu em prol da iniciativa discente liceal em torno da imprensa periódica; objetiva verificar também as temáticas recorrentes inscritas nesses jornais, com fins de apresentar o discurso estudantil liceísta. A pesquisa se caracteriza como do tipo documental, com privilégio para a utilização dos jornais estudantis acima citados, e os periódicos: Pacotilha (1890-1900) e Diário do Maranhão (1899), como fontes complementares. A abordagem teórico-metodológica utilizada se baseia nos pressupostos da História Cultural, procurando apreender a imprensa liceísta a partir de três elementos indissociáveis, que nos induzem a realização de uma história dos objetos na sua materialidade; uma história das práticas nas suas diferenças; e, por fim, uma história dos dispositivos sociais, conceituais e psíquicos, valendo-se das indicações da Configuração Textual como técnica de análise das fontes. Conclui que a imprensa liceísta maranhense ocupou papel de destaque na sociedade maranhense e no processo de revigoramento da Atenas Brasileira no final do período oitocentista, dados a ler como orgãos estudantais e a conhecer como jornalsinhos litterários liceístas, tais impressos refletiram o modelo de ensino e currículo ofertado pelo Liceu Maranhense, e foram utilizados, principalmente, como veículo de legitimação de práticas intelectuais e status sociais.