Estudo epidemiológico de sífilis gestacional no nordeste do Brasil: características maternas, neonatais e desfecho dos casos

Abstract

A sífilis gestacional é um agravo de saúde pública, com diagnóstico e tratamento de baixo custo e acessível à população, o objetivo da pesquisa foi elaborar um perfil epidemiológico das gestantes notificadas no HRMI e acompanhar o desfecho da gestação. Trata-se de um estudo descritivo, realizado nos anos de 2015 e 2016, em um Serviço Especializado no Sudoeste do Maranhão. Foram analisadas todas as gestantes com diagnóstico de sífilis do período, os dados foram coletados nas fichas do Sinan, Sinasc, e prontuários. No total foram notificadas 57 gestantes, predominantemente de cor parda (86,0%), apresentando poucos anos de estudo (56,1%), donas de casa (63,2%), com o diagnostico no 3º trimestre gestacional (63,7%), com 26,3% de parceiros tratados. Retornaram a maternidade para o parto 42 gestantes, 42,8% com 6 consultas ou mais de pré-natal, o tratamento realizado foi considerado inadequado em pelo menos 46 (80,0%) dos casos e 17 (40,5%) delas tiveram parto prematuro. Quanto aos recém-nascidos 24 (57,1%) apresentaram alguma sintomatologia relacionada à infecção por T. pallidum e 36 (85,7%) apresentaram VDRLreagente ao nascer. Este estudo evidenciou a importância de um pré-natal de qualidade, onde a mulher seja atendida de forma holística, com a oferta de diagnóstico e se necessário tratamento para a sífilis em tempo oportuno.