AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DO EMPREGO DE ÁLCOOIS COMO AGENTE ESTABILIZANTE EM MISTURAS BIO- ÓLEO PIROLÍTICO/BIODIESEL.

Abstract

Diante da grande demanda energética e forte dependência por combustíveis fósseis, diversos esforços de pesquisa vêm apontando a biomassa como uma fonte promissora de energia, devido ao seu alto potencial energético e biodisponibilidade. O produto líquido da pirólise da biomassa é chamado bio-óleo, o qual apresenta grande potencial para substituir combustíveis fósseis. No entanto, este líquido apresenta algumas características indesejáveis para aplicação em motores a diesel, como o alto teor de água e cinzas, alta corrosividade e baixa estabilidade. A microemulsificação vem revelando-se como uma técnica eficaz e de baixo custo em comparação aos métodos tradicionais utilizados. Dessa forma, este trabalho pretendeu estudar o desempenho de álcoois como agente estabilizante na mistura bio-óleo/biodiesel. Os álcoois testados foram n-butanol, n-hexanol, n-octanol e isoamílico. Avaliou-se a natureza do álcool e a razão bio-óleo/biodiesel, assim como a influência da concentração do álcool. Observou-se que o n-octanol foi o álcool que promoveu maior solubilização do bio-óleo em biodiesel, obtendo o seu melhor desempenho na razão volumétrica bio-óleo/biodiesel de 7:3 e concentração de 0,55 M. Definidas as condições ótimas para a obtenção do sistema microemulsionado, caracterizou-se a fase microemulsionada em termos de seu poder calorífico, viscosidade, índice de viscosidade e massa específica e compararam-se às propriedades do bio- óleo e biodiesel puros. Observou-se que o bio-óleo na forma microemulsionada apresentou uma nítida melhora na sua estabilidade, avaliada por meio do índice de viscosidade. A massa específica e a viscosidade cinemática da microemulsão mostraram-se apenas levemente superior as do biodiesel puro, mantendo-se em uma faixa aceitável para o emprego destas misturas em motores a diesel. O poder calorífico da microemulsão, como esperado, situou-se entre o valor do poder calorífico do biodiesel e o do bio-óleo, em torno de 31 MJ/kg.