Avaliação respiratória de pacientes tabagistas submetidos a procedimentos cirúrgicos toracoabdominais

Abstract

O objetivo deste estudo foi determinar as principais alterações clínicas relacionadas à função respiratória de pacientes tabagistas submetidos a procedimentos cirúrgicos toracoabdominais. Trata-se de um estudo descritivo com delineamento transversal e abordagem quantitativa realizado com 185 pacientes. Os dados foram coletados com auxílio de um instrumento adaptado de Pascoal (2011). Os resultados obtidos apontaram predomínio do sexo masculino (87,0%) com idade média de 34,97 anos, pardos (59,2%), solteiros (49,7%), ensino fundamental incompleto (57,8%) e etilistas (49,7%). A cirurgia mais frequente foi a laparotomia exploratória (65,5%) seguida da drenagem de tórax (32,7%) e o tipo de anestesia mais prevalente foi a local (59,3%). Entre os motivos que levaram a realização do procedimento cirúrgico, destacaram-se: Perfuração por arma branca (41,5%) e Perfuração por arma de fogo (22,0%). As manifestações clínicas mais frequentes foram: Taquipneia (45,3%), com frequência respiratória média de 21,84 (DP: 5,6); uso da musculatura acessória (43,0%); hipoxemia (35,5%) e dispneia (28,2%). Verificou-se, ainda, que cerca de 43,2% da amostra avaliada apresentou tosse, estando associada com a presença da dor (59,8%) e que, apesar da maioria dos pacientes não apresentar secreção na via respiratória (51,8%), 28,3% dos pacientes possuíam indicativo de secreção, mas não conseguiam expectorar. Com relação à ausculta pulmonar, ruídos adventícios foi identificado em 41,5% da amostra, sendo Estertor o tipo mais frequente (33,5%). E ainda, sons diminuídos, foi encontrado em 53,0% dos pacientes. Conclui-se que as principais complicações respiratórias encontradas em pacientes tabagistas no pós-operatório foram Taquipneia, Hipoxemia, Dispneia, Uso de musculatura acessória, Ruídos adventícios e Sons diminuídos.