Associação entre o tipo de anestesia e o local da incisão cirúrgica com a ocorrência de diagnósticos de enfermagem respiratórios no pós-operatório

Abstract

O objetivo deste trabalho foi avaliar a associação entre o tipo de anestesia e o local da incisão cirúrgica com a ocorrência dos diagnósticos Desobstrução ineficaz de vias aéreas (DIVA), Padrão respiratório ineficaz (PRI), e Troca de gases prejudicada (TGP) em pacientes no período pós-operatório. Trata-se de um estudo transversal, descritivo, com abordagem quantitativa realizado com 527 pacientes. Para a coleta de dados foi utilizado um instrumento adaptado de Pascoal (2011) e os dados foram analisados com apoio do programa SPSS versão 24.0. O diagnóstico de enfermagem mais prevalente foi DIVA (56,9%). No que diz respeito ao tipo de cirurgia, não foi identificado nenhuma associação estatisticamente significante com os diagnósticos pesquisados. Os pacientes submetidos a anestesia geral tiveram 58,5% mais chances de apresentar o diagnóstico DIVA. Em contrapartida, a anestesia local foi considerada fator protetor para o referido diagnóstico de enfermagem. Observou-se, também, que os pacientes que realizaram cirurgias torácica e toracoabdominais e/ou anestesia local tiveram maior chance de apresentar as características definidoras estudadas em relação aos que realizaram outro tipo de cirurgia ou anestesia. Por sua vez, as cirurgias abdominais apresentaram-se como fator protetor para as características definidoras estudadas, exceto para ausência de tosse. Conclui-se, portanto, que os pacientes que foram submetidos a cirurgias torácica e toracoabdominal tiveram maiores chances de ter complicações respiratórias. Com relação à anestesia, os pacientes que realizaram o tipo geral tiveram maior chance de apresentar comprometimento na permeabilidade da via aérea.