Prevalência de lesões musculoesqueléticas e percepção subjetiva de dor em praticantes de capoeira filiados a Federação Maranhense de Capoeira (FMC)

Abstract

As lutas, artes marciais e esportes de combate - LAMEC são valiosas ferramentas para o indivíduo adquirir hábitos de vida saudáveis e melhorar sua qualidade de vida. A capoeira não se distancia desta hipótese, sua prática proporciona melhorias nos sistemas aeróbico, anaeróbico e tem influência direta no aspecto cognitivo, estimulando a coragem, a autoconfiança, a cooperação, a formação do caráter e da personalidade. Assim como em qualquer atividade física, na capoeira podem ocorrer lesões decorrentes de sua prática mesmo que praticada de forma recreativa ou competitiva. Desta forma, faz-se necessário estudos que identifiquem quais lesões acometem aos praticantes, para que dessa forma seja possível minimizar tais riscos. Este estudo tem como objetivo investigar quais lesões e dores acometem o aparelho locomotor de praticantes de capoeira do município de São Luís- MA, filiados a Federação Maranhense de Capoeira (FMC). Trata-se de uma pesquisa quantitativa, descritiva transversal, pois o objetivo é mensurar e quantificar com precisão a frequência em que o fenômeno investigado ocorre. O grupo de voluntários foi composto por 41 (62,1%) homens e 25 (37,9%) mulheres com idade igual ou superior a 14 anos, média de 25,58 anos, desvio padão = 10,99, praticantes de capoeira há no mínimo 6 meses. Foram utilizados dois questionários para coleta de dados sendo o primeiro elaborado pelos membros do Grupo de Estudos e Pesquisa em Lutas, Artes Marciais e Esportes de Combate GEPLAMEC – UFMA e o segundo questionário é o Questionário de Auto Avaliação da Incapacidade Funcional por Causa da Dor em Praticantes de Modalidades Esportivas. Foi solicitada a Federação Maranhense de Capoeira (FMC), a permissão para executar a pesquisa com seus filiados, comprovada através de carta de anuência emitida pela instituição. Os dados coletados foram analisados a partir das técnicas da estatística descritiva (média, desvio padrão e distribuição de frequência). Foi adotado o nível de significância estatística quando o p-valor foi menor que 0,05. Os resultados evidenciaram que a capoeira tem um nível de lesão alto, pois 66,7% dos voluntarios informaram ter sofrido lesão decorrente da sua prática, Contudo as lesões são de natureza leve, pois 53,5% dos indivíduos que tiveram lesão se recuperaram e voltaram às atividades em menos de um mês, 59% utilizou somente gelo como tratamento. 40,9% das lesões foram nos tornozelos, 36,4% nos pés e 31,8% nos joelhos. A lesão muscular representou 86% dos casos, sendo 62% durante treinos, 39% ficou menos confiante, 34% perderam condicionamento físico, 30% não sentiram nada. Em relação à dor e incapacidade funcional os resultados mostram que os joelhos, coluna lombar e mãos foram os três locais com maior percentual e média de escore, respectivamente Espera-se que este estudo contribua com as discussões sobre a capoeira e ajude a fomentar a prática de forma cada vez mais segura.