Estigmas sobre o HIV/AIDS: Invisibilidade e preconceito em dois municípios maranhenses.

Abstract

Buscamos neste trabalho o surgimento dos estigmas sobre os portadores do HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana) e suas implicações na sociedade e na vida dessas pessoas. Ao fazer um breve histórico do HIV/AIDS, percebemos que tais estigmas surgiram no início da epidemia de AIDS, e são reproduzidos especialmente pelo discurso religioso e pela mídia. Tais estigmas, que foram estudados neste trabalho através da teoria dos estigmas de Goffman, dificultam a prevenção do HIV/AIDS e tornam parte dos soropositivos invisíveis. Pois esses estigmas atrapalham a vida social das pessoas infectadas, afastando-as dos centros de tratamento, o que faz com elas evitem revelar seu estado de saúde na sociedade em que vivem, criando táticas de encobrimento da sua identidade. Isso acontece nos dois municípios maranhenses, que fazem parte de nosso trabalho de campo: São Mateus do Maranhão e Alto Alegre do Maranhão. As pessoas soropositivas, que residem nesses municípios, procuram o tratamento noutras cidades não só por causa da falta de infraestrutura adequada desses municípios, mas também para evitar que os seus concidadãos descubram que elas são portadoras do vírus do HIV. Para a realização desta pesquisa, recorremos às matérias de jornais, aos dados das secretarias de saúde e às entrevistas com populares e agentes de saúde desses municípios. Foi assim que identificamos os efeitos de tais estigmas nas cidades pesquisadas.