A tribo regueira de Bacabal: o estabelecimento de uma comunidade emocional.

Abstract

Esta pesquisa tem como objetivo demonstrar a expansão do reggae em Bacabal, através do estabelecimento da tribo regueira na cidade. Em Bacabal, o ritmo jamaicano foi recebido de forma negativa por parte da população, que associava o reggae a drogas e a confusões. Mas com a formação de uma comunidade emocional em torno do reggae, percebemos uma transformação em relação à imagem das festas de reggae e dos regueiros. Os estigmas continuam existindo, mas já não operam com a força que tinham na década de 80. Isso se deve à união dos amantes do reggae, que foram ocupando importantes espaços sociais da cidade, tais como: Exposição Agropecuária de Bacabal (EXPOABA), clubes, casas de show, carnaval, programas de rádio e televisão etc. Criaram assim uma “aura estética” na cidade, anulando os estigmas e formando uma nova agregação social. A tribo regueira de Bacabal conta hoje com um número expressivo de bacabalenses, de diversas classes sociais, credos e ideologias, que tem como intuito apenas ouvir, cantar e dançar a música reggae, de viver o presente coletivamente, sem reconhecer-se em qualquer projeto político. Este trabalho busca demonstrar os efeitos do estar-junto dessa tribo, fazendo um diálogo entre Goffman e Maffesoli. Além disso, podemos contar com o arquivo particular do DJ e produtor musical Edmarley, que também é responsável por essa transformação de sentidos em torno do reggae na cidade de Bacabal.