Psicologia e reforma psiquiátrica: histórias da participação clínica e política dos psicólogos na construção da Política de Saúde Mental

Abstract

RESUMO O presente trabalho se propõe a fazer uma revisão histórico-conceitual do movimento da Reforma Psiquiátrica no Brasil para apresentar e discutir as articulações que se deram entre a Reforma e os profissionais psicólogos, a fim de apresentar algumas coordenadas para o trabalho coletivo em equipe na Saúde Mental e suas interfaces. Destaca-se a participação da Psicologia na transformação da clínica desde questionamentos da Psiquiatria tradicional até as novas práticas no campo que surgem através da reforma e se estabelecem como o campo da Atenção Psicossocial, que norteia a Política de Saúde Mental no Brasil. As conclusões desta análise apontam para três tendências cruciais do trabalho em saúde e suas transformações, dentre elas: a ineficiência do modelo asilar iatrogênico frente às novas concepções do sofrimento psíquico; a importância o trabalho articulado em rede para além do setor de saúde e a importância do trabalho compartilhado em equipe. ____ ABSTRACT This work intends to review historically and conceptually the Psychiatric Reform movement in Brazil in order to present coordinates to the collective effort of mental healthcare teams and their interactions. The Psychology’s role in transforming clinical care stands out, from questioning traditional psychiatry to new practices that come from the Reform, establishing themselves as the field of Psychosocial Attention—which orients mental health policies in Brazil. This analysis’ conclusions point to three main tendencies in healthcare and its transformations, namely: the ineffectiveness of the iatrogenic asylum system against new concepts regarding psyche’s suffering; the importance of combined, netted effort beyond healthcare facilities; as well as the importance of shared team work.