Fatores associados ao desenvolvimento de lesão intraepitelial escamosa de alto grau

Abstract

RESUMO INTRODUÇÃO: O estado do Maranhão apresenta uma das maiores taxas de incidência de novos casos de câncer do colo do utero do Brasil. Os programas de rastreamento e prevenção desta neoplasia têm como principal objetivo a detecção de lesões intraepiteliais escamosas de alto grau (HSIL), para evitar que se tornem lesões invasivas. OBJETIVO: Esta pesquisa tem como objetivo determinar o perfil clínico das mulheres com HSIL, bem como averiguar os principais fatores associados ao desenvolvimento de lesões intraepiteliais escamosas de alto grau (HSIL). CAUSUÍSTICA E MÉTODOS: Trata-se de um estudo analítico e documental. Foram incluídas 210 mulheres que realizaram exame citopatológico na rede pública de Imperatriz-MA, entre janeiro e dezembro de 2018 e obtiveram resultado positivo para atipias cervicais. As mulheres foram selecionadas através do SISCAN. Os dados foram tabulados e analisados no programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) - versão 19. RESULTADOS: O presente estudo foi composto por 210 mulheres. Destas, 41/210 (19,5%) obtiveram resultado compatível com HSIL e 169/210 (80,5%) apresentaram as demais atipias. A idade das mulheres com HSIL variou de 24 a 96 anos, a faixa etária predominante foi de 25 a 64 anos. Todas as mulheres 41(100%) realizaram o exame para rastreamento. Observou-se que 28(68,3%) haviam realizado o exame citopatológico anteriormente, sendo que 17(62,9) realizaram o exame anterior a um ano e 7(25,9%) já apresentavam HSIL no exame anterior. A faixa etária de até 24 anos esteve associada a um maior risco para o desenvolvimento de HSIL, onde P< 0,036 e OR 6. CONCLUSÃO: A maioria das mulheres com HSIL não evidenciou alterações no colo do útero ou outros sinais clínicos. Não obstante, esse estudo sugere maior risco de desenvolvimento de Lesão intraepitelial escamosa de alto grau em mulheres com até 64 anos, evidenciando a necessidade de atenção às mulheres desse grupo de maior risco.___ ABSTRACT INTRODUCTION: The state of Maranhão has one of the highest incidence rates of cervical cancer in Brazil. The aim of screening and prevention programs for this disease is the detection of High-grade Squamous Intraepithelial Lesion (HSIL), in order to prevent it from becoming invasive lesions. OBJECTIVE: To determine the clinical profile of women diagnosed with HSIL, as well as to investigate the main factors associated with the development of HSIL. METHODS: This is an analytical and documentary study, which included 210 women examined for Pap smear in the city of Imperatriz-MA in 2018 with positive results for cervical atypia. The women were selected through SISCAN program. Collected data were analyzed by Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), version 19. RESULTS: Of the 210 women in this study, 41/210 (19.5%) had HSIL-compatible results and 169/210 (80.5%) presented other atypia patterns. Women with HSIL aged from 24 to 96 years, and the average age group was from 25 to 64 years old. All women with HSIL 41 (100%) underwent screening exams. It was observed that 28 (68.3%) had previously undergone cervical smear, 17 (62.9) had undergone the exam more than a year before and 7 (25.9%) had HSIL in previous exams. The age group of up to 24 years was associated with a higher risk for HSIL, where P <0.036 and OR 6. CONCLUSION: There wasn’t evidence of cervix alterations or other clinical signs in most women with HSIL. However, the results suggest a higher risk of developing High-grade Squamous Intraepithelial Lesion in women up to 64 years of age, justifying the need for attention high-risk women group.