Diversidade de fungos endofíticos em palmeiras nativas da região de Pinheiro, baixada maranhense

Abstract

RESUMO O Estado do Maranhão comporta na sua vegetação, uma grande e relevante extensão de plantas nativas que pertencem a família Arecaceae, comumente conhecidas como palmeiras. Duas dessas palmeiras, são abundantes na região da Amazônia e da pré-Amazônia maranhense, sendo elas, a espécie Attalea speciosa, conhecida popularmente como palmeira babaçu, e a espécie Euterpe oleracea, chamada de palmeira açaí. Além de possuírem um importante papel no ecossistema, elas podem abrigar em seu interior uma grande diversidade de microrganismos endofíticos, sem que lhes causem nenhum prejuízo. Estes cada vez mais, estão despertando o interesse dos pesquisadores, por apresentarem muitos benefícios para os seres em geral. Apesar disso, ainda são poucos os estudos realizados sobre a prospecção de microrganismos endofíticos em palmeiras da família Arecaceae. Diante dessa situação, buscou-se investigar a diversidade de fungos endofíticos em folhas da palmeira babaçu e da palmeira açaí nativas, no município de Pinheiro, na baixada maranhense. A pesquisa em questão, foi realizada em dois ambientes, sendo eles, o ambiente urbano e o ambiente natural. O ambiente natural, onde foram feitas as coletas foliares das duas espécies de palmeiras, está localizado em uma comunidade remanescente de quilombo denominada Bem – Fica, zona rural de Pinheiro. Já as coletas dos dessas espécies no ambiente urbano, ocorreu no bairro de Alcântara, sendo as amostras da palmeira do babaçu, coletadas especificamente, no Parque do Babaçu. Essas amostras foram escolhidas de forma aleatória no momento da coleta, e posteriormente conduzidas até o Laboratório de Biologia da UFMA Campus Pinheiro, no qual foi realizada a fragmentação e desinfestação superficial dos folíolos. Visando o crescimento de fungos endofíticos, os fragmentos foram plaqueados em meio de cultura Ágar Batata Dextrose (BDA) suplementado com cloranfenicol. Para a análise dos dados, usou-se os índices de diversidade Shannon-Wiener (H) e Simpson (D), os índices de riqueza de Menhinick (Mn) e de Margalef (Mf), e o índice de Equidade de Piellou (J), além do índice de Whittaker, usado para calcular a diversidade β. Estes somados a outros, foram essenciais para a obtenção dos resultados desta pesquisa. Os isolados foram separados em tipos morfológicos diferentes (morfotipos), tendo como base as características macromorfológicas e micromorfológicas da colônia. Logo, os índices de diversidade mostraram que as plantas de ambiente urbano apresentaram maior diversidade de morfotipos, comparadas com as plantas de ambiente natural. Sobre a diversidade β, quando comparada as comunidades fúngicas natural e urbana de cada espécies, constatou-se maior diversidade entre as duas comunidades fúngicas do açaí, e as comunidades do babaçu foram mais simililares entre os ambientes. Dessa forma, torna-se evidente que independente do ambiente essas plantas hospedam em seu interior uma diversidade de microrganismos que deve ser mais investigada e pode ser explorada para as mais diversas finalidades de interesse biotecnológico.