Caracterização do aleitamento materno de crianças portadoras de fissura labiopalatina assistidas pelo centrinho Imperatriz

Abstract

RESUMO

Objetivo: Verificar o quão a amamentação exclusiva é realizada em recém-nascidos com fissura labiopalatina (FLP) e entender os possíveis motivos dessa prática não ser realizada ou ser interrompida precocemente. Métodos: Estudo observacional do tipo transversal com abordagem descritiva. A coleta de dados ocorreu, entre novembro de 2018 e junho de 2019, em um centro multidisciplinar, sem fins lucrativos, para pacientes com FLP. Entrevistou-se 38 mães ou responsáveis, selecionados por conveniência, de pacientes com até 5 anos de idade portadores de FLP sem outra síndrome associada, cadastrados e em tratamento ativo no centro. O questionário foi adaptado de Silva, Fúria e Di Ninno (2005) e para avaliação socioeconômica utilizou-se o Critério de Classificação Econômica Brasil (ABEP, 2018). Analisaram-se os dados no programa Statistical Package For Social Sciences (SPSS 25.0 for Windows), com nível de confiança de 95% (nível de significância de 0,05). Resultados: Os tipos de fissura apresentados foram: 28,9% (n =11) fissuras pré-forame, 21,1% (n = 8) fissuras pós-forame e 50% (n = 19) fissuras transforame. 92,1% (n = 35) das mães ofertaram o seio aos seus filhos, porém apenas 31,5% (n = 12) conseguiram amamentar, sendo que somente 10,5% (n = 4) amamentaram de forma exclusiva até os 6 meses. Possuir fissura de lábio e palato influenciou negativamente a prática do aleitamento materno (p = 0,001). Conclusões: Apesar do desejo materno, foi pequeno o número de crianças amamentadas exclusivamente até os seis meses. Contribuiu para essa baixa adesão, o número expressivo de crianças com fissuras transforame e pós-forame.