Análise clínico-epidemiológica da realidade do rastreio colpocitológico de pacientes diagnosticadas com câncer de colo uterino no interior do Maranhão

Abstract

RESUMO

Objetivo: Avaliar a realidade do rastreio do câncer de colo uterino em mulheres com este diagnóstico e sua efetividade, além de aspectos clínicos relacionados à patologia. Métodos: Estudo transversal realizado com pacientes diagnosticadas com câncer de colo uterino atendidas em um centro de referência do sul do Maranhão. O instrumento de pesquisa foi desenvolvido para os fins desse trabalho e incluiu variáveis como condição socioeconômica e estilo de vida das pacientes, parâmetros relacionados à realização da colpocitologia oncótica, aspectos

característicos da doença e seus fatores de risco. As variáveis foram associadas pelo teste qui- quadrado, sendo valores de p <0,005 considerados estatisticamente significativos. Resultados:

Foram entrevistadas 32 mulheres, com média etária igual a 50,3 anos, representadas por uma maioria casada (53,1%), de cor não branca (87,5), baixos índices socioeconômicos, não tabagistas (65,6%) e multigestas (87,5%). O tipo histológico mais frequente ao diagnóstico foi carcinoma escamoso (96,9%) e estadiamento avançado (71,87%). 90,6% das mulheres não realizaram tratamento prévio para lesões HPV-induzidas. O primeiro exame preventivo foi realizado antes dos 25 anos por 37,5% da amostra e 9,4% nunca realizaram o exame. Sobre o algoritmo de rastreamento 31,1% rastreavam anualmente e 50,1% o faziam de maneira irregular. Conclusão: Este estudo evidenciou que idade acima de 50 anos, cor não branca, baixas renda e escolaridade, multiparidade e rastreamento em periodicidade irregular estiveram relacionados com o desenvolvimento de câncer cérvico-uterino, necessitando-se assim de ações em várias esferas no manejo da prevenção do câncer de colo uterino.