DO CAMPO À FÁBRICA: um olhar acerca das metamorfoses do trabalho das mulheres do povoado São José da Matança, Imperatriz-MA.

Abstract

Este trabalho tem como tema central as metamorfoses do mundo trabalho, particularmente a das mulheres do povoado São José da Matança, zona rural de Imperatriz. A pesquisa realiza uma análise da trajetória das mulheres que passaram a trabalhar na fábrica da Suzano papel e Celulose. Tem como objetivo geral identificar quais foram as principais mudanças sentidas por elas por meio da entrada no mercado de trabalho e por consequência, se passaram a ter mais autonomia em suas vidas. Para sua realização utilizamos trabalhos de Ricardo Antunes (2009), Helena Hirata (2007), Heleieth Saffioti (2013), Mirla Cisne (2014), Flávia Birole (2018) e outros pesquisadores que trazem à tona as questões de gênero dentro do mundo do trabalho. Esse trabalho é dividido em três partes, na primeira falamos sobre a “Estrada do Arroz e suas peculiaridades” como forma de reconhecer as mudanças sofridas naquele espaço; Na segunda trabalhamos com “As mulheres no mundo do trabalho” no qual trazemos a trajetória das mulheres e sua forma de inserção no trabalho considerado como reprodutivo; No terceiro, temos como foco “O povoado São José da Matança” no qual destrinchamos desde sua origem à forma como as mulheres atualmente estão vivendo e trabalhando no povoado. Quanto a metodologia, trata-se de uma pesquisa de cunho bibliográfico e exploratório com visitas de campo ao povoado, onde foram realizadas entrevistas semiestruturadas e conversas informais, trata-se, portanto, de uma pesquisa de viés qualitativo. Por meio desta foi possível perceber que a entrada no mercado de trabalho ao mesmo tempo que gerou uma autonomia financeira para essas mulheres também tem causado uma sobrecarga em seus afazeres, visto que, o trabalho doméstico encarado como reprodutivo não é dividido com seus parceiros. Notamos por meio disso a dupla ou tripla jornada de trabalho que afeta principalmente as mulheres devido a um sistema patriarcal e capitalista.