Espécies reativas de oxigênio e fibromialgia: fisiopatologia oxidativa

Abstract

Resumo

A fibromialgia (FM) é uma síndrome dolorosa multifatorial de difícil diagnóstico, associada a sintomas físicos e emocionais. O mecanismo fisiopatologia não é conhecido, alguns pesquisadores vêm desenvolvendo estudos sobre o papel do estresse oxidativo na doença. Nesse estudo investigamos a alteração oxidativa, determinantes psicológicos, qualidade sexual e sugerimos uma hipótese fisiopatológica da ação do estresse na FM. Foram recrutados 22 pacientes diagnosticados com FM e 18 controle saldáveis. Amostras de sangue foram coletadas de ambos grupos de estudo e avaliadas quanto a capacidade antioxidante total equivalente ao Trolox (TEAC) e peroxidação plasmática, por meio das substâncias reativas do ácido tiobarbitúrico (TBARS). Também foram aplicados os seguintes questionários: Inventário de Depressão de Beck (BDI), Inventário de Ansiedade de Beck (BAI); Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh (PSQI), Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp (ISSL) e de Quociente sexual (QS). Nós encontramos maiores níveis de peroxidação lipídica e menores níveis de capacidade antioxidante nos pacientes com FM em comparação com os pacientes controle. Não foram encontradas correlação os marcadores de alteração oxidativa com as variáveis clínicas analisadas (BDI, BAI, PSQI, ISSL e QS). Os pacientes com FM possuem maiores sintomas de stress, depressão, ansiedade e pior qualidade de sono. Não houve diferença entre os grupos com relação a função sexual. Os resultados sugerem que o estresse oxidativo é um importante fator na via fisiopatológica da FM, que parece atuar independente das alterações psicológicas.