Perfil das intervenções farmacêuticas realizadas em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um Hospital Privado de São Luís, Maranhão: no período de 2014 a 2018

Abstract

RESUMO

Introdução: A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é a área hospitalar com o objetivo de dar assistência aos pacientes críticos que necessitam de um grande número de medicamentos, intervenções e do uso de equipamentos especializados que desempenham um papel crucial na chance de sobrevida. O farmacêutico deve intervir da melhor maneira na evolução diária do paciente, visando sempre o uso correto, seguro e eficaz dos medicamentos, com o mínimo de eventos adversos, e prevenir e investigar possíveis problemas relacionados a medicamentos. Objetivos: Avaliar o perfil de intervenções farmacêuticas, quanto ao seu tipo e aceitabilidade pela equipe multiprofissional, realizadas por farmacêuticos clínicos em uma UTI. Metodologia: O estudo se tratou de uma análise retrospectiva, descritiva e quantitativa da atuação do farmacêutico clínico em uma UTI do adulto em um hospital de alta complexidade da rede privada de saúde de São Luís, Maranhão, Brasil, através dos dados do sistema de prontuários do hospital e relatórios clínicos documentados pelo Serviço de Farmácia Clínica do hospital dentre o período de janeiro de 2014 a dezembro de 2018. Resultado: Foram avaliados um total de 355 prontuários, onde 51,55% equivaleram a pacientes do gênero masculino, média de idade de 69 (±17,93) anos e média do tempo de internação de 14,47 (±21,86) dias. As doenças preexistentes prevalentes nesse período foram Hipertensão Arterial Sistêmica (27,22%), Diabetes Mellitus (14,08%), Cardiopatias (9,69%), Neoplasia (7,84%) e Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica – DPOC (2,79%). Foram contabilizadas 1288 sinalizações das intervenções farmacêuticas (IF) do Grupo I, predominando o risco de flebite com 41,54% das orientações, seguidas de medicamentos de alta vigilância (MAV) com 26,79%, risco de queda com 18,01%, risco de broncoaspiração com 9,63%, constipação 2,41% e Torsades de Pointes com 1,63%. Identificaram-se 278 IF do grupo II, para os medicamentos que deverão ser administrados via sonda com 40,65%, e as incompatibilidades medicamentosas quanto a administração por via Y, apresentando uma frequência de 59,35%. Para o grupo III totalizaram-se 455 sinalizações, com prevalência de reconciliação medicamentosa (47,03%), interações medicamentosas (40,88%) e ajuste de dose (8,13%). Quanto a aceitabilidade das intervenções do grupo III, 52,53% foram aceitas e 16,26% não foram aceitas pelo corpo clínico, sendo 8,79% não aceitas com justificativa, levando em consideração a criticidade e particularidades da clínica dos pacientes, e 7,47% não aceitas sem justificativa. Conclusão: A adesão às propostas do farmacêutico clinico ilustra a importância do farmacêutico em revisar as prescrições médicas para colaborar com a eficácia da medicação e segurança do paciente.