PERCEPÇÃO MATERNA SOBRE DENTES NATAIS E NEONATAIS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA

Abstract

A erupção dentária é um processo fisiológico que se inicia, em média, aos seis meses de vida, com o aparecimento dos incisivos centrais inferiores decíduos. Porém, existem casos descritos na literatura de recém-nascidos (RN) que apresentam dentes ao nascimento ou durante o primeiro mês de vida, elementos dentários parcial ou completamente erupcionados. Sua etiologia permanece desconhecida, podendo estar associados a várias síndromes. A decisão terapêutica subordina-se a uma abordagem multifatorial, designadamente à dentição à qual o dente pertence, suas características e complicações. O objetivo do nosso estudo foi avaliar a percepção de mães diante da erupção desses dentes na boca de seu bebê ao nascer. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura feita nas bases Scielo, Lilacs e Pubmed, na qual foram selecionados 29 estudos publicados no período de 2005 a 2022. Para dar suporte à pergunta de investigação, segundo os critérios de inclusão e exclusão para seleção dos estudos sobre dentes natais e neonatais, o referencial teórico foi dividido em tópicos: Erupção dentária, manifestações clínicas, características clínicas da erupção dentária, etiologia, epidemiologia, diagnóstico, conduta terapêutica e percepção materna frente aos casos de dentes natais e neonatais de seus bebês. Durante as buscas encontramos apenas um estudo que avaliou a percepção materna acerca das alterações bucais encontradas na cavidade bucal do recém-nascido. A percepção das mães reflete desconhecimento do processo de desenvolvimento infantil e convergem para a presença de sintomas clínicos atribuídos ao processo eruptivo, porém, o grande diferencial está na forma de apreensão desta realidade. Quando se depara com tal situação torna-se apreensiva e preocupada, sendo o Pediatra o profissional de escolha para avaliação de tal condição, entretanto, o odontopediatra é o profissional que melhor tem conhecimento e o mais capacitado para realizar a melhor conduta para cada caso. Concluiu-se que são fracas as evidências científicas que embasam a percepção e conduta materna sobre o processo de erupção dos dentes decíduos, havendo necessidade de mais trabalhos voltados para orientação de mães sobre a correta inspeção e vigilância da cavidade bucal do bebê, visto que sua conduta emocional pode impactar positivamente no reestabelecimento da saúde da criança.