INFLUÊNCIA DO USO DA CLOREXIDINA SOBRE AS METALOPROTEINASES DE DENTINA: uma revisão integrativa

Abstract

Os procedimentos adesivo-restauradores enfrentam atividades degradativas que são decorrentes da ativação enzimática de metaloproteinases, classificadas como enzimas da matriz dentinária e capazes de iniciar processos de degradação do colágeno exposto da camada híbrida, reduzindo a longevidade da interface adesiva. Nesse contexto, a clorexidina têm demonstrado resultados significativos na inibição da atividade colagenolítica das metaloproteinases em dentina a partir de estudos laboratoriais e clínicos, porém ainda sem um consenso científico. Nesse artigo, foi realizada uma revisão integrativa que somou estudos científicos que testaram o efeito do uso terapêutico da clorexidina sobre as metaloproteinases, além de revisões de literatura sobre o assunto, em relação à capacidade de inibição enzimática dessa substância. O objetivo desta revisão foi entender os mecanismos de ação das metaloproteinases sobre a camada híbrida, discutir sobre a funcionalidade da clorexidina para inibir esta degradação e avaliar as vantagens e desvantagens da inserção do uso de clorexidina no passo-a-passo restaurador odontológico. As bases de dados eletrônicas PubMed / MEDLINE, BIREME e Google Acadêmico foram utilizadas para a busca dos artigos. Foram encontrados 18 artigos que contemplaram os critérios de inclusão. Os achados sugerem que, na maioria dos artigos laboratoriais e clínicos, a atuação da clorexidina sobre as metaloproteinases leva à inibição enzimática e melhorias na longevidade das restaurações. Entretanto, o aumento do tempo clínico, a hidrofilia dos sistemas adesivos quando relacionada à incorporação da clorexidina na solução e a contra-indicação relacionada aos sistemas de cimentação dificultam a implementação desse passo clínico na rotina restauradora. Portanto, foi possível concluir que apesar dos estudos clínicos aqui incluídos mostrarem que o pré-tratamento dentinário com clorexidina inibe a ação das metaloproteinases, e de nenhum estudo demonstrar que o seu uso seria prejudicial às restaurações diretas em resina composta, a adição de um novo passo clínico ainda carece de mais evidências a partir de ensaios clínicos randomizados e revisões sistemáticas com meta-análises bem delineadas. Além disso, as comparações e conclusões se tornaram limitadas nos estudos laboratoriais, uma vez que apresentaram metodologias diferenciadas.