Qualidade de vida dos pacientes hipertensos na atenção básica de um município do nordeste brasileiro

Abstract

RESUMO

Estudos epidemiológicos sobre a hipertensão arterial sistêmica (HAS), evidenciam que a prevalência mundial de hipertensão se estabilizou ou até diminuiu nos países mais desenvolvidos. Entretanto, em países de baixo e médio desenvolvimento, incluindo o Brasil, quase que duplicaram os diagnósticos de hipertensão. Pelo impacto que estas doenças provocam no estado emocional e físico do ser humano, é importante avaliar a qualidade de vida. Este estudo teve como objetivo avaliar a qualidade de vida dos pacientes hipertensos na atenção básica do município de Imperatriz -Maranhão pela aplicação do questionário SF-36 (Medical Outcomes Study 36 – Item Short – Form Health Survey). Trata-se de um estudo analítico, observacional, do tipo transversal, com abordagem quantitativa. Foram escolhidas quatro Unidades Básicas de Saúde em áreas da zona urbana e a amostra foi composta por 164 participantes no total, sendo destes, 89 com diagnóstico de hipertensão (Grupo de Estudo) e outros 74 normotensos (Grupo Controle). A coleta de dados ocorreu através de entrevista por uso de três formulários: (a) socioeconômico, que inclui: idade, sexo, escolaridade, estado civil, cor, renda familiar, quantidade de moradores na casa e condição de moradia; (b) análise clínica, envolvendo: pressão arterial sistólica e diastólica, tempo de diagnóstico da HAS, medicamentos utilizados, dieta, acompanhamento médico, tabagismo e etilismo; (c) a avaliação da Qualidade de Vida Relacionada à Saúde (QVRS) usando o instrumento SF-36, e por fim, aferição da pressão arterial. A média de idade dos participantes foi de 56,2 anos, a maioria do sexo feminino (70,5%), tempo escolaridade de aproximadamente seis anos, casados/união estável (56,4%), casa própria (87,7%), e de renda familiar entre um a três salários (92,6%). Apenas 51% dos hipertensos apresentaram pressão arterial controlada. Os resultados demonstraram que os pacientes hipertensos apresentaram pior qualidade de vida quando comparados com os normotensos, uma vez que os escores relativos a todos os oito domínios do SF-36 foram menores para o grupo de estudo. Logo, pode-se inferir que a avaliação da qualidade de vida é uma importante ferramenta para detecção e prevenção dos sintomas incapacitantes da doença.